Cannabis medicinal: associações buscam profissionalização

Epilepsia, dor crônica, fibromialgia, Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla são apenas algumas das inúmeras doenças que podem ser tratadas com a ajuda das substâncias derivadas da cannabis sativa. A Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann) estima que 18 milhões de pacientes poderiam ser beneficiados se o uso terapêutico da erva fosse regulamentado no Brasil.

Leia também – Doença de Parkinson: atividade física e acompanhamento multidisciplinar são chave para tratamento

Porém, o plantio não é tão simples. E não é por causa das características da planta, e sim por conta da da lei. No Brasil, apenas algumas associações e centros de pesquisas como universidades, são autorizados a plantar cannabis com fins medicinais.

Cannabis
(Foto: Divulgação)

As associações de pacientes que fazem uso da cannabis medicinal lutam para se manterem frente à dificuldade de obter apoio dos governantes e de instituições. Para o diretor da ONG Santa Cannabis, Pedro Sabaciauskis, que hoje acompanha 1.400 pacientes, o desafio hoje é trabalhar com um óleo de qualidade, padronizado, que ofereça segurança para pacientes, médicos e mercado, já que o cultivo e extração ainda são feitos artesanalmente.

Profissionalização

Uma plataforma digital desenvolvida pela startup curitibana Favo Tecnologia, pioneira em soluções tecnológicas para o cultivo indoor, tem auxiliado esse público. A startup entrou no mercado de cannabis em outubro de 2021, e em dezembro uma das associações que se tornaram clientes da plataforma Growin+, obteve 50% de redução de custos de insumos, redução de 20% da mão de obra e prevê uma colheita 400% maior que a passada.

“O mercado da cannabis medicinal no Brasil ainda é embrionário e é triste pensar que, além de milhares de pessoas não estarem se beneficiando desse tipo de tratamento, o País poderia se beneficiar muito economicamente. Conhecendo esse cenário e o potencial transformador da cannabis, tive a certeza de que essa é uma causa onde eu deveria atuar”, pontua o mecatrônico e CEO da Favo Tecnologia, Marcelo Pinhel.

Pinhel considera que o serviço Growin+, veio para preencher uma lacuna apresentada no cultivo, especialmente em pequena escala como o realizado pelas associações. Com a utilização da plataforma de gestão de cultivo, a Favo Tecnologia estima que o crescimento da produtividade chegue a 100%, o que consequentemente, interfere no barateamento do custo final do óleo de cannabis produzido e fornecido para o tratamento dos pacientes.

“Hoje, cada associação entra com seu pedido de autorização de plantio e fornece o óleo de cannabis aos pacientes da melhor forma que pode. Mas o remédio produzido artesanalmente pode apresentar variações. O nosso principal objetivo é certificar a qualidade final do remédio, e esse processo se inicia na semeadura das plantas. Além de baratear o custo final do óleo, aumentando o acesso a este tipo de tratamento”, explica o CEO.

Projeto de Lei

Uma esperança para quem depende dos produtos derivados da erva é o Projeto de Lei 399/15, que prevê o cultivo de cannabis para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas ainda precisa passar por votação no Senado e pelo aval do Palácio do Planalto. Enquanto isso, quem precisa do óleo extraído da cannabis recorre aos produtos importados, ou mesmo de fabricação brasileira, que podem chegar a mais de R$ 2 mil por mês.

*Informações Assessoria de Imprensa