O A.C.Camargo Cancer Center, primeiro e único cancer center do Brasil, anuncia a digitalização do serviço de Anatomia Patológica, se tornando uma das poucas instituições no país a dispor de tal avanço. A aquisição reforça o pioneirismo nas frentes de inovação e tecnologia para diagnóstico e tratamento oncológico.
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Os equipamentos, juntamente com a incorporação da digitalização de lâminas na rotina diagnóstica, análise de casos selecionados com o uso de algoritmos Inteligência Artificial e integração computacional com dados clínico-patológicos, aliados à expertise da equipe de patologistas, possibilitará maior precisão na integração das informações, avaliação patológica e definição diagnóstica em menor tempo – cerca de 10% a 15% mais rápido comparando com o processo convencional, garantindo qualidade no diagnóstico e segurança para o paciente em tratamento oncológico.
“Um diagnóstico preciso e rápido é crucial na jornada do paciente com câncer, pois definirá a conduta e o tipo de terapia mais indicado para cada caso. Além disso, quanto mais cedo a doença for detectada, maiores são as chances de cura”, enfatiza Isabel Bonfim, gerente sênior de operações do A.C.Camargo Cancer Center.
A transformação digital completa (TDC) de laboratórios de patologia é destaque no desenvolvimento tecnológico na área da saúde, uma vez que visa o fluxo automatizado e digitalizado de ponta a ponta: do momento em que o material é coletado até a emissão de um laudo pelo médico patologista.
Entende-se por transformação digital o estabelecimento de um Workflow Digital (WD) – ou seja, uma série de processos implementados em um serviço de Anatomia Patológica no qual o sistema digital é apenas um dos componentes. Nesse cenário, é essencial a instalação e utilização de um Sistema de Patologia Digital (SPD), o qual permite a geração e visualização de lâminas digitalizadas mediante a implementação de scanner, software e visualizador de imagem.
A diretora do departamento de Anatomia Patológica do A.C.Camargo Cancer Center, Dra. Louise De Brot, destaca que “a incorporação de novas tecnologias para transformação digital no âmbito da Patologia Digital/Computacional e IA, possibilita a realização de documentação fotográfica em alta definição de todos os espécimes cirúrgicos examinados na macroscopia. Assim, as imagens capturadas podem ser visualizadas em todas as etapas técnicas, desde a avaliação visual e coleta de amostras, até a inclusão e microtomia”. Atualmente, com uma equipe de 85 colaboradores na área, o Cancer Center contabiliza cerca de 240 mil lâminas de análises patológicas por ano, mesmo sem o uso da alta tecnologia, porém, esse número tende a subir com o apoio do novo equipamento. Apesar disso, o que motivou o investimento nas ferramentas foi o potencial impacto positivo na precisão, qualidade e segurança dos pacientes, valores fundamentais da instituição.
A expectativa é que, futuramente, seja possível contar ainda com a implementação de ferramentas de inteligência artificial, o que permitirá comparar a imagem da lâmina digitalizada com as imagens registradas na nova workstation de macroscopia. Esse avanço representará um benefício ainda maior em termos de segurança do fluxo de amostras e qualidade em todo o nosso processo, promovendo uma análise ainda mais exata e eficiente das amostras examinadas.
Outro ponto crucial são os ganhos para as frentes de ensino, uma vez que o equipamento permite gravações de áudio e vídeo que podem colaborar para o treinamento e a produção de materiais didáticos para a formação e treinamento de médicos residentes e de técnicos macroscopistas. Finalmente, novas linhas de pesquisa podem ser exploradas. “Nosso centro de pesquisa é um dos mais avançados do país e esperamos que com a chegada dessas novas tecnologias seja possível aperfeiçoar ainda mais nossas técnicas e fortalecer essa frente tão importante”, destaca Isabel.
Sobre a macroscopia
A macroscopia é a etapa inicial do exame anatomopatológico, na qual o técnico macroscopista ou o médico patologista elabora um relatório descritivo detalhado da amostra recebida, destacando suas características visíveis. Essa fase representa uma etapa essencial do diagnóstico inicial e necessita de extrema exatidão para assegurar a descrição fiel à realidade, além de uma precisa seleção e coleta de fragmentos do espécime e do tumor que os represente da forma mais fidedigna possível (borda tumoral, margens cirúrgicas, áreas de aspecto normal, entre outros). Cada amostra de tecido coletada na macroscopia passará por várias etapas de processamento histológico – nome dado para um conjunto de procedimentos técnicos que seguem uma série de protocolos e observação de amostra, incluindo a – e coloração, até se transformar em uma lâmina que será examinada pelo médico patologista no microscópio, pelo processo convencional, ou através do computador, após a digitalização da lâmina no processo digital. A correta macroscopia é essencial para o diagnóstico e a elaboração de um laudo patológico acurado pelo médico patologista.
O que é a Anatomia Patológica
Os processos de anatomia patológica são essenciais para o diagnóstico do câncer, colaborando para definir o manejo e o tipo de terapia mais apropriado para cada paciente. Tais procedimentos utilizam amostras do material colhidas em punção, biópsia e/ou cirurgia – normalmente células, líquidos, parte de tecidos ou peças cirúrgicas – as quais serão analisadas pelo médico patologista para identificar aspectos citopatológicos, anatomopatológicos ou moleculares do tumor, ou seja, informações que determinam o diagnóstico exato, classificação e o perfil do câncer, o grau de malignidade da doença e, consequentemente, o tratamento mais eficaz.
A Anatomia Patológica é uma especialidade médica que estuda as bases fisiopatológicas, morfológicas e moleculares das doenças, bem como suas consequências e complicações. Através desse conhecimento, aliado à clínica do paciente, dados dos exames de imagem, resultados laboratoriais e evolução do quadro, o médico patologista avalia os aspectos histológicos e define o diagnóstico das doenças por meio da análise de materiais biológicos – em sua maioria, tecidos coletados na biópsia ou cirurgia.
Com o material coletado, é possível identificar os aspectos anatomopatológicos do tumor e determinar o diagnóstico do câncer, seu tipo histológico (que pode variar entre mais de 800 tipos diferentes), seu grau de malignidade, o estadiamento da doença e, por conseguinte, estimar as chances de sucesso do tratamento e de cura.
Além disso, é possível realizar testes adicionais como imuno-histoquímica, hibridação in situ (cromogênica ou fluorescente) e painéis genômicos para definir o perfil molecular do câncer e detectar alterações preditivas de resposta a terapias-alvo. Saiba mais em: Link.
*Informações Assessoria de Imprensa
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