O que o ESG tem a ver com a forma que consumimos e nos relacionamos?

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Cada vez mais em alta no mundo dos negócios, o conceito Environment, Social & Governance (ESG) – ou, na tradução, Ambiental, Social e Governança – reúne boas práticas empresariais voltadas à preocupação com as questões ambientais, sociais e a busca pela excelência na governança corporativa. Tais pilares direcionam as empresas na construção e sedimentação de valores que, além de atender às pautas corporativas de responsabilidade e perenidade, estão envolvidos diretamente com a sociedade.

O primeiro tópico, relacionado às questões ambientais, vai ao encontro do DNA da Unimed, que sempre teve a preocupação socioambiental como uma de suas principais pautas. “Entretanto, todo esse processo evoluiu muito, e hoje não bastam somente as iniciativas de plantar árvores ou de contratar pessoas de diferentes idades, por exemplo. O ESG está muito mais estruturado, avançado e preparado para os novos tempos que vivemos”, pontua o diretor de Inovação e Desenvolvimento da Unimed Paraná, Omar Genha Taha, responsável pela abertura de um ciclo de palestras voltadas ao tema.

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Conforme o diretor, no Paraná há a tradição cooperativista, ligada ao ESG, com cultura de integração e harmonia no trabalho. Porém, assim como a sociedade em si, tais pilares são constantemente atualizados, e a cooperativa tem como responsabilidade acompanhar tais avanços. Desta forma, três palestras – uma sobre cada pilar do conceito – serão ministradas aos colaboradores do Sistema Unimed. O fechamento das discussões acontecerá no Simpósio das Unimeds do Paraná (Suespar), que acontece entre os dias 25 e 28 de agosto, em Foz do Iguaçu.

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O pilar ambiental

Responsável por introduzir o primeiro pilar do ESG, o Environment, a engenheira ambiental e especialista no tema, com mais de 14 anos de experiência prática, Larissa Gobbo, lembra que, apesar de parecer recente, a temática da sustentabilidade começou a ser discutida ainda na década de 50. Com o passar dos anos, a importância de debater os impactos humanos no meio ambiente ganhou força, em paralelo à crescente destruição das matas, acúmulo de lixo e má distribuição no uso dos recursos naturais do planeta. “Ao meu ver, o ESG é a versão melhorada da sustentabilidade, que é discutida há tanto tempo. Tivemos, ao longo desses anos, a construção de iniciativas relacionadas às questões ambientais e, em 2004, a criação do conceito ESG. Porém, recentemente, esse conceito ganhou mais um apoio, que é a tecnologia”, diz.

Conforme a especialista, o “ambiental” foi como uma primeira onda nas discussões do ESG, uma porta de entrada para empresas e sociedade discutirem para qual caminho estamos indo e, em contrapartida, como reverter os danos já causados ao local em que vivemos. “Dentro dessa onda, temos a preocupação com cinco pilares: água, ar, terra, energia e cidades. Sob esse olhar, há o debate acerca de situações como a mudança climática, a grande poluição do solo e da água, o aumento das enchentes dentro das grandes cidades, a importância de uma gestão inteligente da energia e a necessidade de rever a forma de consumo atual”.

É inevitável perceber que nós, como sociedade, seguimos pelo caminho errado – e essa estrada nos levará a adversidades ainda mais graves. Atualmente, já percebemos as consequências da falta de cuidado com o planeta, uma vez que a cada ano estão mais comuns os registros de grandes enchentes, deslizamentos de terra, falta de chuvas, entre outros problemas que nos levam a repensar o nosso papel. “Nós somos a última geração viva que ainda pode equacionar esse problema. Não falo nem de voltar aos antigos patamares, mas de ao menos conseguir equilibrar a conta para, daqui para a frente, buscar melhorias”, destaca Larissa. Conforme a engenheira, se nós não tomarmos uma atitude prática em relação ao meio ambiente, as próximas gerações já não poderão fazê-la.

O discurso na prática

Entretanto, o discurso pode parecer simples, mas as soluções práticas ainda são poucas. Uma pesquisa apresentada pela palestrante mostrou que, dentro das empresas, 88% dos líderes entendem que o ESG tem impacto nos negócios, e 72% veem impacto financeiro do conceito. Porém, apenas 34% têm alguma ação prática voltada ao tema. “E como equilibramos a relação entre nossas atitudes e o planeta em que vivemos? Precisamos de estratégias de longo prazo e integradas com o ESG, usando a tecnologia e a inovação ao nosso favor. Além disso, é necessário haver propósito, transparência e ética nessas ações”, diz.

Em relação ao consumo, uma boa estratégia, conforme Larissa, é a transição da economia linear – que usamos hoje – para a circular. Com essa mudança, os recursos naturais não são descartados ao final do processo, mas sim reaproveitados e mantidos dentro da cadeia de consumo. “Dessa maneira, há não só a produção e uso consciente dos produtos, mas também a redução de desperdício dos recursos naturais do planeta, bem como a redução do lixo gerado”.

Por fim, a especialista deixou a provocação para que cada um lembre da importância do “trabalho de formiga”, ou seja, de cada um se responsabilizar pela sua parte, buscando soluções no dia a dia voltadas à redução do lixo, do consumo consciente e de outras estratégias que respeitem o meio ambiente. Afinal, as grandes mudanças começam a partir de pequenas atitudes.

A segunda palestra, marcada para o dia 29 de junho, falará sobre as questões sociais; e a última, no dia 27 de julho, sobre a governança. Para mais informações, basta entrar em contato com o Núcleo de Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade (NDHS) ndhesustentabilidade@unimedpr.coop.br.

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