Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontam que mais de 13 milhões de brasileiros vivem com diabetes e a doença cresce em ritmo ainda mais acelerado entre as crianças e adolescentes. De acordo com a entidade, 3 em cada 10 crianças estão acima do peso, fator de influência para o aparecimento da doença.
O médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em endocrinologia, Mauro Scharf, que é também vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e fundador do IPD – Instituto da Pessoa com Diabetes, destaca que a obesidade é o fator de risco mais importante para o diabetes. “Um dos fatores que impulsiona esse crescimento é a falta de uma alimentação balanceada e hábitos saudáveis de vida. A doença ameaça a saúde global agora e nas próximas gerações e o excesso de peso aumenta as chances de desenvolvimento da diabetes nos mais jovens”, conclui.
De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2023, mais da metade da população mundial estará com sobrepeso ou obesidade em 2035. No Brasil, a estimativa é que 41% da população adulta tenha obesidade até lá. Estudos recentes divulgados na publicação britânica The Lancet e The Lancet Diabetes and Endocrinology indicam que mais de 1,3 milhões de pessoas poderão viver com diabetes até 2050, um crescimento quase três vezes maior se comparado a 2021. Os pesquisadores alertam que não haverá declínio da doença se não houver maior controle da obesidade e sobrepeso.
Estimular bons hábitos de vida nas crianças, com prática regular de atividades físicas, sono e alimentação balanceada como forma de prevenção da obesidade infantil, assim como do Diabetes tipo 2, são as recomendações do endocrinologista. “No caso das crianças, recomenda-se a prática de atividades físicas moderadas a intensas por, pelo menos, 60 minutos diários, ajustadas de acordo com a idade e as condições de saúde individuais. É essencial combinar exercícios aeróbicos com atividades de fortalecimento muscular sempre respeitando as diferentes necessidades de cada faixa etária”.
Sinais da diabetes infantil
A maior parte dos casos de diabetes infantil é do tipo 1. Essa forma é resultado de um processo autoimune, quando o corpo produz anticorpos contra as células beta pancreáticas, levando à deficiência de insulina. Apesar de ser mais prevalente entre adultos, observa-se que nas últimas décadas esse tipo de diabetes tem aumentado nas crianças de menor idade, incluindo crianças abaixo de 6 anos. O diabetes tipo 1 depende da combinação de predisposição genética e de gatilhos ambientais.
Entre os sintomas que podem indicar a presença do diabetes tipo 1, estão sede intensa, excesso de urina, fome frequente, sonolência, fraqueza e emagrecimento. Os sintomas podem variar de acordo com os tipos de diabetes e, por isso, a necessidade de atendimento médico para esclarecimento de quadros clínicos e tratamento adequado, lembrando que os sintomas do diabetes tipo 2 podem ser parecidos com os do diabetes tipo 1, mas muitas vezes são mais lentos e mais insidiosos.
O especialista alerta para procurar um médico endocrinologista o mais breve possível se a criança ou adolescente apresentar as características abaixo:
- Cansaço frequente, falta de energia para brincar, muito sono e preguiça
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Sede em excesso – mesmo nos dias mais frios
-Emagrecimento repentino, apesar de comer bem
- Acordar para fazer xixi à noite ou voltar a fazer xixi na cama
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Irritabilidade ou falta de disposição para realizar as atividades do dia a dia, além da diminuição do rendimento escolar
Atenção ao índice glicêmico
Controlar o nível de glicose no sangue é fundamental para evitar diabetes. Os índices normais vão de 70mg/dL a 99 mg/dL. Na fase pré-diabética, os exames acusam a glicose acima de 100 e vão até 125 mg/dL. Se os índices forem de 126mg/dL ou mais, é sinal de diabetes.
Para quem já tem diabetes tipo 2, a prioridade deve ser a perda de peso
Os estudos britânicos mostram que a eliminação sustentada de cerca de 15% do peso corporal original é capaz de promover a melhora metabólica e até a remissão do diabetes tipo 2. “Quando se trata de uma criança com diabetes tipo1, a atividade física é igualmente importante, mas há que se ter um planejamento para evitar a hipoglicemia, ajustando suas doses de insulina e igualmente ajustando a ingestão de carboidratos. Isso é feito em conjunto com o médico, nutricionista e educador físico”, explica o especialista.
A importância da vacinação para diabéticos
De acordo com o especialista e diretor médico da Unimed Laboratório, a vacinação é crucial para os portadores de diabetes, já que têm maior probabilidade de sofrer complicações graves se contraírem certas doenças, como gripe ou pneumonia. As vacinas ajudam a prevenir infecções que podem agravar o controle do diabetes e a saúde geral.
*Informações Assessoria de Imprensa