A população brasileira está ficando mais velha. Segundo dados que o IBGE divulgou, do Censo de 2022, ano passado, Brasil teve o maior salto de envelhecimento entre censos desde 1940. Em 2010, a cada 30,7 idosos, o país tinha 100 jovens de até 14 anos. Agora, são 55 idosos para cada 100 jovens. Essa mudança também se reflete na saúde suplementar como um todo, mas de maneira ainda mais aguda nas autogestões. O índice de envelhecimento (que calcula a proporção entre beneficiários com mais de 80 anos comparados aos com menos de 14), atingiu o patamar histórico de 304,16 nas operadoras de autogestão com até 20 mil vidas. Ou seja, para cada beneficiário com menos de 14 anos, temos 3 com mais de 80, o que traz um desequilíbrio gigante. Nas autogestões com mais de 100 mil vidas, o número também é alto, mas está na faixa de 146,46. “As operadoras menores cumprem um papel fundamental porque, muitas vezes, estão localizadas em regiões que o mercado não está. Mas, claro que elas sofrem com os impactos mais rapidamente quando comparadas as maiores, que têm mais elasticidade”, explica Anderson Mendes, presidente da UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde.
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As autogestões também concentram a maior parte dos idosos que estão na Saúde Suplementar. Enquanto a média do setor é de 14,39%, entre as participantes da pesquisa, pessoas com 60 anos ou mais são 27,08% da carteira. “Com menos receita e mais custos, a sinistralidade continuará aumentando, mesmo porque, a operadora permanecerá, em sua maioria, com uma cartela de cliente mais dependente do sistema, que precisa de cuidados e que apresenta determinados atributos de risco que aumentam a chance de utilização do plano”, diz Mendes. Nas autogestões, em 2022, o índice de sinistralidade atingiu 94%, ultrapassando o patamar histórico de 92% em 2019. Isso significa que, de cada R$ 100 recebidos pela operadora de saúde, R$ 94 são gastos com pagamentos de despesas médicas e assistenciais.
Sobre a Pesquisa Nacional UNIDAS
A UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – promove, anualmente, pesquisa sobre os indicadores do setor, realizada com dados de entidades filiadas e não filiadas, com a finalidade de conhecer o perfil das instituições de autogestão em saúde. Esta publicação consagrou-se como importante referencial para identificar as tendências do mercado, servindo como base na tomada de decisões, como no segmento privado da saúde, e até pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A atual edição da pesquisa, realizada de fevereiro a julho de 2022, coletou dados referentes aos atendimentos realizados no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Ao todo participaram 46 operadoras, que somam um total de 2.530.753 beneficiários, com base na competência de dezembro de 2022. Esse número representa cerca de 61,42% da população total dentro do segmento de autogestão para o mesmo período.
*Informações Assessoria de Imprensa