Saúde Financeira: saiba mais sobre a rentabilidade na renda fixa

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(Foto: mindandi / Freepik)

As incertezas econômicas dos últimos meses ainda devem perdurar por mais algum tempo. Diante deste cenário, os títulos de renda fixa — principalmente os RDCs de cooperativas e CDBs de bancos — têm sido um excelente porto seguro para investidores que não querem correr riscos ou ficar expostos às grandes volatilidades apresentadas nos ativos de renda variável como ações, dólar e afins.

Saiba mais na coluna Saúde Financeira!

Com a taxa básica de juros da nossa economia, a famosa taxa SELIC a 13,75% ao ano, estes títulos de renda fixa podem chegar a superar a rentabilidade de 1% ao mês.

No momento de analisar esta modalidade de investimentos é importante entendermos alguns conceitos financeiros, para que possamos compreender exatamente como é esta rentabilidade e como ela interfere no seu dinheiro ao longo do tempo.

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O primeiro conceito importante é o de juro real. A rentabilidade que pode chegar a mais de 1% ao mês é a rentabilidade total do investimento, chamada em finanças de rentabilidade nominal. Porém, como já visto em outros artigos por aqui, o dinheiro sofre perda de seu poder de compra durante o tempo devido à inflação. Diante disso, para sabermos o quanto de dinheiro realmente estamos “ganhando” com um investimento, precisamos descontar da rentabilidade nominal a taxa de inflação do período, chegando assim ao juro real da aplicação financeira. Considerando a inflação de dezembro de 2021 a novembro de 2022, que foi de 6,17% ao ano, um investimento que renda nominalmente 13,75 ao ano terá um juro real de 7,58% ao ano (o que é uma das maiores taxas de juros reais do mundo!).

Outro conceito importante é o de rentabilidade bruta e rentabilidade líquida. Normalmente os produtos de investimento apresentam a rentabilidade bruta, porém a grande maioria dos títulos possui a incidência de impostos cobrados pelo governo sobre a rentabilidade das aplicações. Na maioria dos investimentos de renda fixa ocorre a cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos, que pode variar de 15% a 22,5% do total recebido como remuneração dependendo do tempo que os recursos ficarem aplicados. Para investimentos que fiquem aplicados por períodos inferiores a 30 dias, ainda pode ocorrer a cobrança de IOF. Para obtermos a rentabilidade líquida de um investimento, descontamos da rentabilidade bruta apresentada todos os impostos que incidem sobre os recursos investidos.

E por fim, um conceito extremante importante para investimentos financeiros é o de juros compostos. No jargão popular, os juros compostos são os famosos juros sobre juros, onde a rentabilidade de um período se soma ao valor total do investimento para calcular a rentabilidade do próximo período.

Os títulos de renda fixa vinculados ao CDI utilizam este tipo de cálculo, por isso a rentabilidade mensal apresentada não é simplesmente o resultado da divisão da taxa Selic por 12 meses, o que daria 1,145% ao mês. É necessário decompor a taxa Selic a fim de se conhecer exatamente o valor nominal dos juros para o mês. Outro ponto que devemos considerar neste cálculo é que a rentabilidade ocorre apenas em dias úteis, descontados do cálculo os finais de semanas e feriados nacionais, o que acaba por interferir no valor nominal dos juros. Desta forma, os juros nominais do mês a mês ficam abaixo dos 1,145%, mas sua rentabilidade efetiva em um ano inteiro atinge os 13,75 do exemplo.

E é isso! Entendendo a rentabilidade dos investimentos, podemos tomar as melhores decisões e aproveitar as melhores oportunidades!

Por Rodrigo Rocha, profissional com certificação CFP®

* Semanalmente, a Sisprime do Brasil – cooperativa de crédito fundada por médicos e criada com o propósito de melhorar a vida fi­nanceira das pessoas – compartilha com os leitores uma coluna sobre educação financeira para ajudar na saúde de todos. A Sisprime é uma das instituições parceiras do Saúde Debate.

Clique aqui para conferir as colunas da Sisprime sobre saúde financeira

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