Sem vacinas disponíveis à época, ela sobreviveu ao coronavírus após 11 dias de internação, parte destes na Unidade de Terapia Intensiva, mas até hoje vive com sequelas da Covid longa – sintomas que persistem ou surgem após meses da infecção pelo SARS-CoV-2. Fraqueza muscular, queda de cabelo, perda de memória e cansaço são algumas das manifestações que Laís, como é conhecida no Butantan, ainda sente e que afetaram sua qualidade de vida.
“Hoje em dia quando eu percebo que me esqueci de alguma coisa, sei que é questão de tempo para eu me lembrar. Mas por um bom tempo eu fiquei passando com vários profissionais para me tratar: pneumologista, fisioterapeuta, dermatologista, psiquiatra”, detalha.
Casos como o de Laís estão se tornando cada vez mais comuns, sobretudo pelo alto número de pessoas que foram infectadas pela Covid-19 e suas variantes ao longo dos mais de dois anos de pandemia no mundo. Um relatório da Sociedade de Medicina Ocupacional do Reino Unido (SMO, na sigla em inglês), afirma que a Covid longa deve ser considerada uma nova doença que afeta a saúde e o trabalho e que, por isso, precisa de uma resposta mais rápida das autoridades de saúde.
Um estudo escocês publicado recentemente na revista Nature Communications, com quase 100 mil participantes, reforça que a Covid longa pode deixar sequelas duradouras ou até permanentes em pessoas que se infectaram com o SARS-CoV-2. O artigo representa as primeiras descobertas de um estudo em andamento sobre a Covid longa – o Long-CISS (Covid in Scotland Study) feito pela Universidade de Glasgow.
Segundo a pesquisa, uma a cada 20 pessoas não se recuperou totalmente entre seis e 18 meses após a infecção, e 42%…