Conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa aguda respiratória que pode atingir todas as faixas etárias e com mais frequência e gravidade as crianças, podendo levar recém-nascidos a óbito. Está entre as doenças de notificação compulsória indicada pelo Ministério da Saúde, ou seja, a rede de saúde pública deve estar vigilante aos casos suspeitos e monitorar os confirmados.
O Paraná tem 25 unidades chamadas de sentinelas, formadas por equipes de profissionais que fazem a identificação de possíveis casos, em todas as Regionais de Saúde.
Com o objetivo de atualizar e capacitar estas equipes, a Secretaria da Saúde do Paraná promove nesta quinta-feira (21) e na sexta-feira (22) treinamento e capacitação para os servidores que atuam na área.
A coqueluche é identificada com a análise laboratorial de material biológico colhido da região nasal (nasorofaringe) do paciente. “Esta coleta é muito específica e de suma importância para a localização geográfica da circulação da doença e definição de estratégias de controle; por isso a realização deste treinamento, com atualização teórica e prática sobre a coqueluche”, explica o chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa, Renato Lopes.
Transmissão
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
Os primeiros sintomas da doença são semelhantes ao de um resfriado comum, com febre baixa e mal-estar geral. Na sequência, surgem crises de tosse seca (cinco a dez tossidas em uma única inspiração), que podem ser seguidas de vômitos e falta de ar. Os episódios de tosse podem perdurar por até 3 meses, por isso a coqueluche também é conhecida por “tosse comprida” ou “tosse dos 100 dias”.
As taxas mais elevadas de complicações associadas à coqueluche ocorrem em bebês menores de dois meses de idade. Por isso a importância em vacinar a gestante a partir da 20ª semana de gestação e em cada gestação. “Ao receber a vacina, a mãe garante imunidade ao bebê até que ele tenha idade para receber a primeira dose”, complementa Leni Silva de Araújo, que é referência técnica para coqueluche da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa.
Histórico
Entre 2014 e 2015, a coqueluche registrou fenômeno endêmico mundial.
Em 2015, o Paraná registrou 294 casos; em 2016, 118; em 2017 foram 150 casos; em 2018, 175 e, neste ano, o Estado soma 74 casos. Em 2015 foram confirmados dois óbitos por coqueluche, um no município de Campo Largo e outro em Umuarama; em 2017, foi registrado um óbito em Paranaguá, e em 2019 foi confirmado um óbito em Ponta Grossa.
Evento
O treinamento acontece no auditório do Estação Express, na rua João Negrão, 780, em Curitiba, com início às 8h.