Pobreza menstrual: falta de informação e de acesso a higiene são desafios na América Latina, mostra estudo


(Foto: Karolina Grabowska/Pexels)

Mulheres e meninas adolescentes da América Latina e Caribe vivenciam grandes desafios quando o assunto é higiene menstrual. A menstruação ainda é um tabu e a falta de informações sobre o tema e de acesso a saneamento básico e produtos de higiene, como absorventes, são fatores que agravam o cenário de pobreza menstrual na região. A compilação desses fatores está em pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) publicada no dia 23 de outubro na “Revista Latino-Americana de Enfermagem” (RLAE).

As pesquisadores sintetizaram o conhecimento científico disponível sobre acesso e práticas de higiene menstrual na América Latina e Caribe, a partir de revisão sistemática da literatura nas bases de dados de artigos científicos como Pubmed e Web of Science. Elas encontraram 15 estudos sobre o tema, publicados entre janeiro de 2011 a julho de 2022. A maioria dos trabalhos são de instituições brasileiras e são focados em adolescentes.

A produção científica analisada revela um cenário de pobreza menstrual com semelhanças em populações de diferentes países da América Latina. Em comum, há a falta de diálogo e a dificuldade de acesso a informações sobre menstruação, como práticas adequadas para absorver ou coletar o sangue menstrual.

O contexto acaba perpetuando vivências negativas de mulheres sobre menstruação — e ele não se restringe ao continente Latino-Americano. Estima-se que mais de 500 milhões de pessoas que menstruam não têm acesso a higiene adequada no mundo todo.

“A escassez de estudos sobre o tema na América Latina traz, também, uma dificuldade ao acesso à informação e à criação de condições dignas para a higiene menstrual, como acesso a água, sabonetes e absorventes”, comenta Mariana Santos Felisbino-Mendes, coautora do estudo e professora da Escola de Enfermagem da UFMG.

A pesquisadora destaca a urgência por soluções que permitam que as…



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