O tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido uma preocupação crescente no Brasil. De acordo com o estudo “Quanto custa tratar um paciente com câncer no SUS?”, realizado pelo Observatório de Oncologia, o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer e a ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), os gastos com tratamento oncológico alcançaram a marca de R$ 4 bilhões em 2022. Esse valor representa cerca de 3% dos recursos totais destinados à saúde no país.
Os gastos englobam os procedimentos ambulatoriais, internações e cirurgias. Em comparação com o ano de 2020, houve um aumento de 14% nos investimentos nessa área. Um procedimento que custava R$ 151,33 em 2018 passou para R$ 758,93 em 2022, representando um aumento de 400%. Esse aumento de custo pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo avanços tecnológicos, a introdução de novas terapias e o maior acesso a medicamentos mais caros e modernos.
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Segundo Nina Melo, coordenadora de pesquisas da ABRALE, o crescimento pode ser atribuído a dois principais fatores, como a incorporação de novas terapias, por exemplo, a imunoterapia: “As novas tecnologias, com moléculas mais inovadoras, tendem a ser mais caras por conta do investimento em novos estudos clínicos. Assim, os custos do tratamento de câncer sobem de uma maneira geral.” A profissional ainda considera outro motivo para o aumento de custos: o diagnóstico tardio. “Os tratamentos em estágios mais avançados são mais caros porque exigem tratamentos mais personalizados e um pouco mais intervencionistas”, explica.
Apesar do aumento nos gastos, o número de procedimentos ambulatoriais relacionados ao tratamento do câncer teve uma queda acentuada nos últimos cinco anos. Em 2018, foram realizados 15 milhões de…