Gestão em saúde implica planejamento, organização, controle e direção com foco no gerenciamento de recursos diversos, como humanos e financeiros, com o objetivo de oferecer o melhor no cuidado aos beneficiários/pacientes de uma instituição em saúde (seja operadora, hospital, consultório ou outras afins), garantindo eficiência e eficácia.
No entanto, a disciplina é nova. Só para ter ideia, não faz muito tempo e sem nenhum saudosismo, que a gestão das carteiras dos planos de saúde tinha o viés essencialmente financeiro, sem preocupação maior com a sinistralidade, mormente entre os anos 1985 a 1990, com a hiperinflação se aproximando dos 85% ao mês, quando o dinheiro era aplicado no overnight [1] e, no dia seguinte, havia mais recursos financeiros do que no dia anterior. Com isso, se fosse necessária alguma receita extra, bastava atrasar qualquer pagamento não indexado e a “mágica” estaria realizada.
A prática de seleção de candidatos a serem beneficiários também era usada na “gestão”, visto que a legislação da época permitia admitir aqueles que “pareciam” serem mais saudáveis. Com a promulgação da Lei 9.656/98, que entrou em vigor em 1999, regulamentando o setor e inibindo práticas de seleção aleatória de beneficiários. Nessa mesma época, com a prática do overnight não mais sendo fonte de financiamento, as operadoras se obrigaram a profissionalizar a gestão de suas carteiras, buscando equilíbrio entre as receitas e despesas e os impactos da sinistralidade.
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A ANS obriga as operadoras a terem reservas sólidas, para sustentar a operação, disponibilizando parte desses valores em fundos que somente poderão ser mobilizados com prévia autorização do órgão regulador.
A gestão moderna das operadoras passa a ser realizada, em todos os setores da empresa. O…