Chamada de éris, a mutação, embora não apresente gravidade maior, tem causado mais internações e pode ser especialmente perigosa para idosos e imunocomprometidos
Variante mais nova do vírus sars-cov-2, causador da covid-19, a EG5.1, chamada de éris, gerou dúvidas após ter sido confirmada no Brasil em meados de agosto. Embora seja altamente contagiosa, a mutação não demonstrou sinais de grande risco para a maior parte da população. Quem já teve a doença ou está vacinado, contudo, está parcialmente protegido, como explica o virologista Benedito Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP (Universidade de São Paulo).
O especialista cita que houve um aumento no número de casos e internações desde a chegada da éris, embora a gravidade não seja diferente da de outras variantes. Além disso, os sintomas são, nas palavras de Fonseca, “muito parecidos com os que são causados pela ômicron original: febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor de garganta e nariz escorrendo. Então não tem uma gravidade maior. Há um aumento no número de casos e internações, mas, até esse momento, não há uma gravidade muito grande em relação a essa nova variante”.
O aumento no número de casos e o maior risco de contágio são consequências de uma nova mutação na proteína que liga o vírus às células humanas, o que deixa o organismo mais exposto, uma vez que a vacina ou a infecção anterior tenham preparado os anticorpos para uma defesa específica. “Por causa dessa mutação, ela tem uma transmissibilidade muito grande. Há evidências de que ela é mais transmissível do que as variantes que estão ocorrendo no momento, e ela, por causa dessa mutação, não é completamente neutralizada pelo sistema imune que nós temos”, explica o professor.
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