O 16º Seminário Femipa, realizado entre os dias 19 e 21 de março em Curitiba, permitiu uma maior interação com as órgãos públicos, incluindo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde, para o conhecimento de políticas e sanar dúvidas. Esta união de esforços favorece a atuação dos hospitais filantrópicos.
O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, disse durante o seminário que as instituições filantrópicas são parceiras para a manutenção e ampliação da rede de atendimento à população em todo o Estado. O Paraná tem programas como o de Apoio e Qualificação de Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS Paraná – HOSPSUS.
“Não conseguimos fazer ajuste na tabela do SUS, que é nacional, mas podemos ajudar em equipamentos, reformas e convênios. Fechamos 2023 com mais de 400 convênios formatados, sendo que a maioria é com os hospitais filantrópicos do Paraná. Assim, juntos, montamos essa estratégia para atender os paranaenses da melhor forma possível”, comentou.
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Ainda segundo Beto Preto, para a atuação dos hospitais filantrópicos, é necessário cobrar o Ministério da Saúde para mudanças na tabela do SUS para combater a defasagem de valores, mas também “precisamos propor políticas”. Ainda de acordo com ele, diante da aprovação do chamado arcabouço fiscal e da reforma tributária, este é o momento do setor “se levantar para ampliar a discussão sobre imunidades. Caso contrário, vamos continuar com dificuldades para operar”.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também integrou um dos painéis do 16º Seminário Femipa. O diretor-geral da pasta, César Neves, apresentou os desafios da gestão em saúde. Ele ressaltou que é um cenário sempre de demandas e de expectativa da população pelo melhor serviço em menor tempo. Isto inclui o atendimento na ponta de forma resolutiva.
“Quem for gestor público ou gestor privado vai ter esse sempre este tipo de desafio. Gestão em saúde nunca está concluída. E, sim, sempre em execução. A própria ‘seleção natural’ faz com que os gestores passem a ter um pouco mais de preparo técnico para estas funções de grande importância. Um movimento errado penaliza milhares de pessoas”, indicou.
No Paraná, o foco da gestão em saúde no setor público – e isso implica no fortalecimento de parceiros, como na atuação dos hospitais filantrópicos -, é a descentralização do atendimento. “Já temos várias ações neste sentido, como nos casos de cirurgias eletivas, de ambulatórios de especialidades, de locais para determinadas terapias. É extremamente penoso fazer uma pessoa percorrer 200 quilômetros para fazer um procedimento que perfeitamente poderia ser realizado na região de sua casa. Cabe ao gestor público de ter essa sensibilidade e vontade política”, avaliou Neves.
Neste contexto, o diretor-geral destacou a importância das parcerias público-privadas, que passam por controle social e auditoria, e a parceria com a Femipa para a atuação dos hospitais filantrópicos em situações críticas, como foi o caso da pandemia de Covid-19. “Não se consegue fazer gestão no SUS, ainda mais tendo como parâmetro a tabela SUS, que está defasada, sem as parcerias público-privadas”, opinou.
Mais informações em seminariofemipa.org.br