A articulação se tornou primordial para a atuação das Santas Casas e hospitais filantrópicos. A maior parte das demandas e desafios é comum, mas as instituições em seus estados e municípios se unem para enfrentar temas como subfinanciamento e captação de recursos. Por isso, é necessário compartilhar as experiências positivas na gestão da saúde.
Dois importantes cases neste sentido foram apresentados no 16º Seminário Femipa, realizado em Curitiba até esta quinta-feira (21). O painel “Experiências positivas no relacionamento gestor e prestadores” contou com a participação da Irmã Neusa Lucio Luiz, presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina (Fehosc), e Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp). A mediação foi de Mirócles Campos Veras Neto, presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).
Rogatti contou a experiência da Tabela SUS Paulista, que entrou em vigor no início deste ano. Trata-se de um complemento aos valores repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para um parto normal, por exemplo, o pagamento via SUS é de cerca de R$ 443, enquanto a Tabela SUS Paulista estabelece o valor de R$ 2.217.
“Este é um recurso diferente de outros convênios, até pela ausência da necessidade de prestação de contas. O dinheiro é repassado para a Santa Casa, cujo gestor decide o destino do mesmo. Este valor realmente vai dar um fôlego para as Santas Casas”, comentou.
A Tabela SUS paulista vai beneficiar 354 hospitais em todas as regiões do Estado de São Paulo, incluindo Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. O programa prevê alocação de cerca de R$ 5,6 bilhões de reais.
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Santa Catarina
Irmã Neusa Lucio Luiz, presidente da Fehosc, apresentou mais experiências positivas na gestão da saúde. Neste caso, a Política de Valorização dos Hospitais já traz benefícios para o dia a dia das instituições catarinenses. O programa estipula um valor fixo mensal como repasse aos hospitais, além de extras que variam de acordo com os portes das instituições e especialidades.
“Esta foi uma construção feita em conjunto pelos hospitais filantrópicos com secretarias municipais de saúde e secretaria estadual. Com isso, conseguimos uma melhor estrutura para as nossas entidades e um melhor atendimento para a população. Temos resultados muito positivos porque isso traz melhores condições de estrutura, equipamentos e equipes”, analisou.
Avaliação das experiências positivas na gestão da saúde
A partir da apresentação dos cases, o presidente da CMB destacou que não existe uma política nacional unificada de financiamento. Alguns estados possuem medidas diferenciadas, incluindo o Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
“Há inúmeros projetos em vários estados com coparticipação dos estados e municípios na tabela ou nas entidades. São Paulo está fazendo uma remuneração em cima da tabela do SUS e retirou 11 incentivos. Estamos com um grupo de trabalho e vamos conversar com o Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (CONASEMS) para articular uma tabela mínima sustentável para todos os municípios e estados, em nível nacional”, revelou Veras Neto.
Mais informações em seminariofemipa.org.br