A especialista afirmou, porém, que ainda não há uma explicação confirmada para essa regionalização. Nina disse que a maior incidência nessas regiões pode estar ligada a uma maior frequência de diagnósticos. E a falta de diagnósticos, por outro lado, deve ser a explicação para uma queda de 26% verificada na região Norte entre 2015 e 2020.
Segundo a entidade, entre 2029 e 2030, o câncer deve passar as doenças cardiovasculares como principal causa de mortes no País. Entre 1996 e 2020, as mortes por tumores cresceram 122%. Já as mortes por doenças cardiovasculares subiram 43%.
Mais caro e demorado
Em relação aos custos para o tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS), Nina Melo afirmou que eles são mais altos no Norte e Nordeste. “Eles ficam em primeiro lugar porque têm o maior número, a maior porcentagem de estadiamento tardio, quando eles são diagnosticados. Já é sabido que o custo do tratamento do câncer aumenta nos diagnósticos mais avançados”, explicou.
As desigualdades regionais também aparecem nos tempos médios para diagnóstico do câncer e início do tratamento. Pela lei, o primeiro prazo é de 30 dias, e o segundo, de 60 dias.
No País, o tempo médio foi de 36 dias para diagnóstico do câncer de mama em 2020; mas, em Sergipe, foi de 94 dias. Para início do tratamento, o tempo médio foi de 174 dias; mas, novamente em Sergipe, foi de 273 dias.
“É revoltante, porque o câncer tem cura se o paciente tem diagnóstico precoce e tratamento adequado”, critica o deputado Weliton Prado…