
Esta doce, doce “home” do UOL onde moram os meus textos e muitos outros espaços da mídia recebem a visita de celebridades que resolveram compartilhar sua entrada na menopausa, incluindo suas ondas de calor, ou fogachos, que são de longe o sintoma mais frequente dessa fase. Fase será daqui parasempre, durando aí uns bons trinta anos, talvez mais. Menopausa é muito tempo de vida.
Falar de menopausa é positivo. O esquisito é o certo tom de surpresa de algumas de suas porta-vozes quando seria algo mais esperado e natural que flor na primavera. E outra, meninas: vocês não estão sozinhas em um planeta estranho. Há aproximadamente 30 milhões de brasileiras nele, uns 8% da nossa população adulta feminina.
A recente popularidade do tema mal dissolveu o tabu. Ele é forte e mais debilitante do que a
sensação de ser acordada por um lança-chamas, como mostra uma pesquisa recente. Seus resultados são o primeiro de nove pontos que todos bem que poderiam entender.
- A menopausa não é levada a sério
Não concorda? Então você é minoria, segundo o estudo Menopause ExperienceandAttitudes,encomendadopela farmacêutica de origem japonesa Astellas. Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, foram entrevistadas 13.800 pessoas, sendo 2.300 brasileiros. Entre eles, mulheres que ainda não vivenciaram a menopausa e homens, além de, claro, mulheres que já estavam lá. Pois 66% dos entrevistados no Brasil acham que ninguém aborda essa fase com a seriedade merecida.
Se olhamos só para as mulheres na menopausa, ou seja, que já pararam de menstruar há doze meses ou mais, 72% têm essa opinião.
Por essas e outras, 79% delas afirmam que sofrem de problemas psicológicos como ansiedade (58%), depressão (26%) e constrangimento constante (20%). Nos outros países investigados, “apenas” 66% fazem esse tipo de relato.
Para nós, o ambiente de trabalho é onde o bichinho da vergonha pega
— a palavra “vergonha” foi apontada…