Medicações de alto custo comprometem a sustentabilidade financeira de sistemas de saúde e o acesso da população à chance de cura
Se tem algo pelo qual todos nós pagaríamos caro, até mesmo gastaríamos todas as nossas economias, é pela nossa saúde ou pela saúde dos nossos entes queridos. Na internet, entre amigos e familiares, é comum ver campanhas de arrecadação de recursos para custear um tratamento. É unânime: saúde não deveria ter preço. Todavia, essa não é a realidade. Na verdade, em alguns casos, o dinheiro compra sim saúde e até a própria vida. Mas e quando a chance de viver custa milhares, ou mesmo, milhões de reais? Quem pode custear tal valor?
Esta é a encruzilhada a qual muitas famílias chegam quando recebem um diagnóstico como o de uma Atrofia Muscular Espinhal (AME). A doença, que se revela ainda nos primeiros meses de vida de uma criança, tem taxa de mortalidade de 90% até que ela complete seu primeiro ano. Isso porque é degenerativa e impede movimentos básicos do corpo como andar, falar e até respirar. Porém, medicações como o Zolgensma podem reverter o quadro em uma única dose de aplicação. O problema? Ele custa US$ 2,1 milhões, cerca de R$ 11,5 milhões pela cotação atual. Não há campanha na internet que consiga arrecadar tal fortuna. Então, a luta das famílias acometidas pelo problema é tentar garantir a medicação pelo SUS ou por meio de seus planos de saúde.
De um lado, familiares correndo contra o tempo para salvar a vida de um bebê. De outro, sistemas públicos e privados tendo que arcar com custos que comprometem sua sustentabilidade financeira.
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Essa é só uma das grandes sinucas que os medicamentos de alto custo colocam as partes envolvidas, como explica a Administradora Hospitalar gestora de Intercâmbio, Rede Prestadora e Valor em Saúde da Unimed Paraná, Daniela Weber: “A população…