A puberdade é um período de intensas transformações físicas e emocionais, uma das mudanças mais evidentes é a modificação da voz. Durante essa fase, meninos e meninas enfrentam uma série de desafios relacionados à adaptação vocal, como instabilidade na fala, rouquidão e dificuldades na articulação de sons. Essas alterações naturais decorrem das mudanças hormonais que impactam diretamente as pregas vocais e a estrutura da laringe.
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Segundo o fonoaudiólogo especialista no assunto, Celso Santos Júnior, presidente do CREFONO 3, “o acompanhamento fonoaudiológico é essencial para que o jovem possa lidar de forma saudável com essas mudanças e se expressar com confiança. Em muitos casos, a transição pode gerar inseguranças, especialmente quando a voz oscila ou soa de maneira inesperada.”
As alterações vocais durante a puberdade ocorrem de maneira distinta em meninos e meninas. Nos meninos, há um aumento significativo da laringe e das pregas vocais, o que resulta em uma voz mais grave. Já nas meninas, essa mudança é menos acentuada, mas ainda há alterações na ressonância e na projeção da voz. Esse processo, conhecido como “muda vocal”, pode ser acompanhado por rouquidão e dificuldades para controlar o tom e a intensidade da voz.
“Os jovens que utilizam muito a voz, como aqueles que participam de atividades artísticas ou esportivas, podem apresentar maior dificuldade de adaptação durante essa fase”, explica Celso Santos Júnior. “É nesse momento que o fonoaudiólogo pode orientar sobre o uso adequado da voz e prevenir possíveis danos vocais.”
Adolescentes que enfrentam dificuldades na transição vocal podem desenvolver hábitos prejudiciais à voz, como falar com esforço ou em um tom inadequado. A longo prazo, isso pode desencadear problemas como rouquidão persistente, fadiga vocal e até lesões nas pregas vocais. A intervenção precoce é fundamental para evitar que esses problemas se agravem.
Fonoaudiologia como ferramenta para a saúde e a confiança
O acompanhamento fonoaudiológico não se limita a resolver problemas já instalados, mas também atua de forma preventiva. Atividades como exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal ajudam o jovem a conhecer e controlar melhor sua própria voz, promovendo saúde vocal e autoconfiança.
O fonoaudiólogo destaca: “Quando um adolescente entende as mudanças pelas quais está passando e aprende a lidar com elas, ele preserva a saúde vocal ao mesmo tempo em que fortalece sua autoestima. A voz é uma parte essencial da nossa identidade e, especialmente na adolescência, é fundamental garantir que o jovem possa se expressar de maneira clara e segura.”
Além dos aspectos fisiológicos, a voz tem um papel de peso na socialização dos adolescentes. As dificuldades vocais podem prejudicar a comunicação e afetar a autoestima dos jovens, dificultando sua integração em grupos sociais e atividades escolares. Por isso, é importante que pais e professores estejam atentos a sinais de desconforto vocal e busquem orientação profissional quando necessário.
“A puberdade é um período de descobertas e mudanças, e a voz faz parte desse processo. O acompanhamento fonoaudiológico é uma ferramenta poderosa para garantir que o adolescente passe por essa fase com saúde e confiança, preparado para enfrentar os desafios dessa etapa de vida”, reforça o presidente do CREFONO 3.
Cuidado continuado
Assim como outras áreas da saúde, a fonoaudiologia deve ser vista como parte de um cuidado contínuo e preventivo. É importante que as mudanças vocais na adolescência sejam monitoradas e que haja orientação sobre o uso correto da voz, evitando hábitos que possam comprometer a saúde vocal no futuro.
A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia recomenda que pais e educadores incentivem os jovens a procurar um fonoaudiólogo ao identificarem sinais como rouquidão frequente, dificuldades para falar por longos períodos ou mudanças bruscas na voz que persistam por mais de três semanas. A intervenção precoce é a chave para garantir uma transição vocal saudável e bem-sucedida.
*Informações Assessoria de Imprensa