Coronavírus: Curitiba vai fabricar máscaras com impressora 3D

Vinte e uma impressoras 3D disponíveis nos Faróis do Saber e Inovação, unidades da prefeitura de Curitiba (PR) voltadas para a educação, serão utilizadas para a produção de máscaras de escudo facial de proteção para profissionais da saúde da cidade. A iniciativa ajudará a equipar quem vai ter contato mais direto com os pacientes suspeitos da Covid-19. A expectativa é fabricar 220 unidades por dia no FabLab, espaço de inovação para onde estas impressoras foram levadas especificamente para este projeto.

As máscaras formarão um kit composto por um suporte (que será fabricado na impressora 3D), uma chapa frontal transparente de polietileno (que irá cobrir o rosto e será cortada em uma máquina especial) e um elástico de fixação. Os kits serão enviados desmontados em embalagens para os hospitais, onde serão higienizados e o elástico ajustado de acordo com cada profissional. Cada kit trará ainda um QR Code com instruções de montagem.

Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, reforça que será preciso um grande volume de filamentos poliméricos, a matéria-prima de fabricação de peças nas impressoras 3D. “Pedimos que empresas e a população nos ajudem doando o insumo, além do elástico e da chapa frontal transparente”, reitera.

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Modelo

A produção será feita com base em um modelo de máscara escudo disponibilizado na internet por uma empresa da República Tcheca. Já os ajustes para simplificar e tornar um pouco mais rápida a produção foram feitos pelas startups curitibanas Maha 3D e Prin 3D, que oferecem soluções técnicas em impressão 3D. A produção de cada máscara deverá levar em torno de uma hora.

“Esta máscara já foi validada pelo Ministério da Saúde da República Tcheca e, por isso, universidades e instituições de todo o mundo estão produzindo o modelo”, conta Marcio Hauagge Salatiel, da Maha 3D.

Aquisição de máscaras

Paralelamente, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) comprou 15 mil máscaras de escudo facial para reforçar a segurança dos 8,7 mil profissionais de rede na pandemia da Covid-19. São peças de acrílico que protegem o rosto todo e devem, dependendo do tipo de atendimento, ser utilizadas por cima de outros equipamentos de proteção individual (EPIs), já disponíveis em toda a rede. 

Cada profissional terá a sua máscara de escudo facial, que começará a ser distribuída nos próximos dias em toda a rede municipal. Ela pode ser higienizada e reutilizada. “Essa máscara é uma barreira física contra eventuais gotículas de secreções que possam ir dos pacientes para os profissionais de saúde”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira. “Elas também impedem que os profissionais levem a mão ao rosto, dificultando a possibilidade de contaminação”.

 

A máscara de escudo facial deve ser usada na recepção, em atendimentos de casos clínicos e suspeitos da Covid-19, salas de vacina e farmácias, por exemplo. Nos atendimentos de casos suspeitos, ela deve ser usada em conjunto com avental descartável, máscara bico de pato e luvas descartáveis. Nas portas das unidades, nos demais atendimentos clínicos e nas salas de vacinas está recomendado o uso de máscara cirúrgica por baixo da máscara de escudo facial.

“Desde o início da pandemia nos organizamos para termos reservas de EPIs. E, agora, estamos dando um passo a mais para assegurar a saúde dos nossos profissionais, que estão na linha de frente de combate ao novo vírus”, afirma a secretária municipal da saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. 

Segundo a secretária, entretanto, é importante a colaboração de todos para que os EPIs sejam usados com racionalidade. “Temos disponível o suficiente em toda rede e estamos providenciando a compra de mais equipamentos. Mas, considerando o contexto mundial desta doença e a disponibilidade destes materiais no mercado, solicitamos que todos usem da forma mais racional possível”, orienta.

Fiscalização

Nesta semana, o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR) e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) fizeram uma fiscalização em estabelecimentos de saúde para verificar os equipamentos de proteção.

Os hospitais também anunciaram as medidas que estão sendo tomadas neste momento na prevenção ao novo coronavírus e alertaram sobre os estoques de materiais e equipamentos de proteção.