Quem nunca teve falhas de memória ou falta de foco? Ou, ainda, dificuldade de manter o controle dos impulsos durante decisões importantes? Todos esses – e outros – processos relacionados com a cognição são estudados pela neurociência e podem ser tratados a partir da estimulação cerebral. É o que promete a startup de neurociência Sensorial.
A empresa recebeu financiamento do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp, e desenvolveu uma solução que usa óculos de realidade virtual para permitir o treinamento cognitivo a partir de minijogos. Além disso, com o conhecimento adquirido nessa etapa, criou aplicativos para dispositivos móveis, como smartphones e tablets.
Segundo Caio Moreira, doutor em comportamento e cognição e diretor de ciência e tecnologia da Sensorial, o objetivo da empresa é desenvolver soluções para melhorar a vida das pessoas. “A ideia é melhorar a saúde e o desempenho cognitivo, o que, consequentemente, melhora a qualidade de vida”, avalia.
A fim de permitir isso, um dos sistemas criados pela startup emprega realidade virtual para avaliar a reação, a tomada de decisão, o controle de impulsividade, a atenção e o uso da visão periférica. “A partir daí, temos uma noção do perfil cognitivo do usuário e podemos definir o que seria importante estimular para melhorar o desempenho dele”, explica Moreira.
De acordo com o pesquisador, os apps móveis, embora não permitam a imersão possibilitada pela realidade virtual, unem a estimulação cognitiva com o movimento. “Quando estamos em movimento, a frequência cardíaca aumenta e há a mobilização de diferentes componentes no organismo, o que promove a plasticidade cerebral”, explica Moreira. “Com base nisso, por meio de um aplicativo que desenvolvemos, batizado de Sensorial Moove, a ideia…