No segundo dia do XIV do Encontro Nacional das Entidades Médicas (ENEM), que se encerra hoje em Brasília, o presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB), diretor da Associação Paulista de Medicina (APM) e ex-dirigente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Antonio Carlos Endrigo, afirmou que o sistema de trabalho por meio da telemedicina veio para ficar, mas é preciso que seja remunerado da mesma forma que as consultas presenciais, tal como já defendem as entidades representativas da classe médica.
Endrigo foi um dos palestrantes da primeira mesa de debate sobre mercado de trabalho e abordou especificamente a remuneração no sistema de trabalho de telemedicina. Os debates foram intermediados pelo professor universitário e presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Luiz Carlos Von Bathen, que representou a AMB no primeiro painel da manhã.
Endrigo defendeu que sejam estabelecidos protocolos de atendimento para que a consulta remota não seja descaracterizada e banalizada. “A teleconsulta é um processo de atendimento que envolve livre consentimento do paciente, o registro do atendimento no prontuário e, de preferência, que o paciente receba o sumário do atendimento. Isso para que não sejam descaracterizados e banalizados os atendimentos remotos”, explicou.
Na sua apresentação, o representante da AMB afirmou que é necessário o estabelecimento de parâmetros para valorizar a remuneração do médico, como ocorre em países como os EUA e Reino Unido, levando em conta o tempo de atendimento, o conhecimento médico, a complexidade e a responsabilidade. No Brasil, disse, esses parâmetros são os menos valorizados, enquanto os custos administrativos e de mão de obra são os mais determinantes na fixação da remuneração do médico.
Ele citou dados da Associação Médica Americana que estabelece valores das consultas conforme a complexidade da decisão para cada caso…