Na última terça-feira (28), a Associação Médica Brasileira, representada pelo Secretário Geral Antonio José Gonçalves e pelo Diretor de Assuntos Parlamentares, Luciano Gonçalves, se reuniu com o Ministro da Educação, Camilo Santana, para discutir os rumos do ensino médico no país, em conjunto com o Conselho Federal de Medicina e a Academia Nacional de Medicina.
As Entidades Médicas se colocaram ao lado do MEC, para ajudar a corrigir a enorme distorção do grande negócio que se tornou abrir uma escola médica.
Numa reunião muito proveitosa, o Ministro Camilo Santana propôs a criação de um Grupo de Trabalho do MEC com a AMB, o CFM e a ANM, para encontrarem soluções para este grave problema.
É notório que não há estrutura hospitalar adequada e nem professores qualificados para esta demanda. Mais do que isso, não há necessidade de tantas escolas. Há capitais no Brasil, como Vitória, que tem 14,49 médicos por 1000 habitantes, número 7 vezes superior ao recomendado pela OMS. Macapá conta com o menor índice médicos/habitante, que é de 2,12.
O que existe é uma distribuição inadequada em cidades do interior, especialmente no Norte e Nordeste brasileiros. Mas, para resolver isto, não basta colocar pura e simplesmente um médico nestes locais com seu estetoscópio no pescoço. É preciso toda uma estrutura de saúde, como foi feito, por exemplo, no recente caso da reserva Yanomami, com estudos avaliando a necessidade de cada município sem estrutura mínima de saúde.
O Brasil conta hoje com quase quatrocentas escolas medicas e 41 mil vagas por ano. Existem liminares no STF para abertura de mais 225 escolas, correspondendo a mais 31 mil vagas. Se isto se confirmar, a situação ficará caótica, com médicos sem uma mínima formação…