Inteligência Artificial e aprendizado da máquina: saiba quais as novidades da tecnologia assistiva para pessoas com deficiência

ia
(Foto: ottobock/Divulgação)

Com foco na melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, a alemã Ottobock, que atua há 49 anos no Brasil, apresentou as mais avançadas tecnologias em órteses e próteses no VIII Congresso Latino-Americano e XIV Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica, evento promovido pela Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec), realizado entre 01 e 04 de outubro em Fortaleza (CE).

Leia também – Minas Gerais ganha primeira clínica compartilhada de tratamento para TEA

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 45 milhões de pessoas convivem com alguma deficiência e, destas, 13 milhões são deficientes físicos. Entre as dificuldades declaradas pelas pessoas com deficiência física no país, as principais são andar e subir degraus de acordo com o módulo Pessoas com Deficiência, da Pnad Contínua 2022, divulgado em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em seguida estão a dificuldade para enxergar (ainda que com auxílio de óculos), aprender ou se concentrar, levantar uma garrafa de água e para pegar objetos pequenos ou abrir e fechar recipientes.

E para trazer mais autonomia às pessoas com deficiência, novas tecnologias têm sido desenvolvidas e incorporadas às órteses e próteses, auxiliando os usuários nas atividades diárias. Thomas Pfleghar, diretor de Academy da Ottobock na América Latina, lembra que esses dispositivos precisam ser funcionais, mas também devem ser confortáveis e agregar mais qualidade ao dia a dia das pessoas com deficiência. “A personalização é uma tendência crescente, permitindo que as próteses se adaptem melhor aos corpos dos usuários. Cada pessoa tem suas necessidades específicas, e precisamos atender a essas particularidades. Nosso objetivo com essas tecnologias é melhorar a autoestima e a independência dos usuários”, destaca Pfleghar.

Uma das soluções desenvolvidas pela Ottobock é o joelho protético Genium X4, que teve o pré-lançamento no evento da Abotec pelo nadador Daniel Dias, um dos maiores medalhistas paralímpicos do Brasil e embaixador da marca no país. O dispositivo oferece uma caminhada mais segura, que facilita a subida de rampas de forma fluída e natural. A prótese também permite ao usuário dar pequenos passos em espaços apertados, como em transportes públicos ou em meio a multidões, por exemplo. “Tenho uma relação muito particular com a minha prótese. Ela faz parte de mim literalmente. Esta tecnologia faz muita diferença na minha qualidade de vida”, afirma o nadador que já faz uso de outra prótese da Ottobock e agora passará a utilizar a Genium X4.

No segmento de membros inferiores, uma das soluções que foram levadas pela empresa é o pé protético Evanto, desenvolvido para armazenar e devolver energia no apoio do calcanhar, melhorando a propulsão e a absorção de impactos, o que resulta em maior estabilidade. Além disso, o equipamento é resistente à água doce, salgada e clorada, proporcionando maior liberdade ao usuário. Outra prótese, o pé Meridium, utiliza sensores de alta precisão para determinar os movimentos, a força e a posição da prótese a partir do aprendizado da máquina. “Embora o membro fisiológico tenha habilidades superiores, usamos seus movimentos como referência para otimizar nossos equipamentos e proporcionar mais conforto para os usuários” explica o diretor da Ottobock.

Já para os membros superiores, a Ottobock desenvolveu uma prótese multiarticulada, que simplifica a ativação dos movimentos e oferece 14 posições de pinças, além de três versões de articulação de punho e pode se adaptar a diferentes níveis de amputação. O biólogo Sérgio Romaniuc Neto, de 61 anos, perdeu os braços após uma descarga elétrica na década de 1980 e utiliza esta prótese. Ele destaca a praticidade e a harmonia do equipamento: “É menos trabalhoso e requer menos esforço para utilizar. O equipamento é conectado aos meus músculos, transferindo o movimento para a tecnologia, que usa inteligência artificial para entender os estímulos musculares”, afirma.

*Informações Assessoria de Imprensa