A Associação Brasileira de Hospitais e Clínicas de Transição (ABRAHCT) realizará, no dia 26 de setembro, em Belo Horizonte, o II Simpósio de Transição de Cuidados. O evento acontecerá conjuntamente à Expo Hospital 2024, uma das principais feiras hospitalares da América Latina, e visa consolidar o conceito de transição de cuidados, enfatizando a importância de uma gestão eficaz da continuidade do atendimento em diferentes níveis de atenção à saúde.
O simpósio discutirá como a continuidade do cuidado pode melhorar resultados clínicos, qualidade de vida dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde diante da crise financeira atual. “A transição de cuidados não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para um sistema de saúde mais eficiente e sustentável”, afirma Fabiola Melo, Conselheira ABRAHCT e Diretora Médica da Clínica São Genaro (SP).
Especialistas e gestores de saúde, entre outros, compartilharão insights sobre os desafios e oportunidades na implementação e gestão das unidades de transição. A inovação e a busca por melhorias contínuas serão temas centrais, com foco no desenvolvimento dessa área emergente. Segundo Lucas Frechiani, Conselheiro ABRAHCT e Diretor da Clínica Serenity (ES), explorar novas possibilidades é fundamental para integrar e otimizar cada etapa do atendimento ao paciente.
“Compreender o histórico da regulamentação e estruturação dos serviços de transição de cuidados é essencial. O cuidado prolongado, definido pela Portaria GM n° 2.809, de 7 de dezembro de 2012, relativa aos hospitais de cuidados prolongados, fundamentais na estratégia de retaguarda e apoio às instituições de alta complexidade e à Rede de Urgência e Emergência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte desse contexto histórico, embora não seja formalmente denominado como transição de cuidados. Mesmo que existam normativas, elas ainda não atingem o nível desejado e servem como ponto de partida”, explica Frechiani.
Ele destaca a necessidade de criar diretrizes específicas para a prestação desses serviços, observando que as normas atuais concentram-se, principalmente, na estrutura física, seguindo parâmetros de hospitais gerais sem uma distinção clara. O simpósio explorará a evolução das diretrizes para a transição de cuidados, comparando as práticas no Brasil com experiências internacionais.
Programação em detalhes
Iniciando a programação, a mesa sobre Regulamentação: Estruturação de Serviços de Transição de Cuidados, trará as palestras Regulamentação e Implementação de Serviços de Transição – Panorama no Brasil; Experiências e Contribuições da Transição de Cuidados no Setor Público; e A transição de cuidados na saúde suplementar.
O simpósio buscará fortalecer a colaboração entre setores público e privado, essencial para a aplicação bem-sucedida das políticas de transição de cuidados e para aprimorar a rede de saúde no Brasil. A interação é indispensável para construir um sistema mais robusto e inclusivo.
No caso da transição de cuidados no contexto da saúde suplementar, a proposta será uma análise sob a perspectiva das operadoras de saúde e do setor privado. Anteriormente, os modelos de remuneração eram semelhantes aos dos hospitais gerais e vistos como complementares. “Hoje, há uma diferenciação nas negociações e critérios, indicando uma mudança na caracterização. Vamos explorar a visão da saúde suplementar sobre a transição de cuidados, considerando o contexto regulatório e a incorporação dos serviços no setor privado”, esclarece Fabiola Melo.
Após um intervalo, a agenda retorna com a segunda mesa sobre Linhas de Cuidados, Estratégias Terapêuticas e impacto financeiro da Transição de Cuidados, com palestras sobre Linhas de Cuidados Estratégicas em Reabilitação para Pessoas com Fragilidade Clínica e Funcional – Resultados e estratégias; O Cuidado Paliativo e Integração de Serviços Visando Melhorar a Qualidade Assistencial; e Impacto Econômico da Transição de Cuidados na Saúde.
Ao abordar as estratégias de reabilitação para pacientes com fragilidade clínica e funcional, se utilizará como case a Unimed Belo Horizonte, sob nova gestão, que integra a transição em suas linhas de atendimento, especialmente para pacientes com AVC. Frechiani, destaca que é primordial garantir uma transição eficiente entre diferentes níveis, como alta complexidade, unidades de transição e atenção domiciliar, para proporcionar uma jornada de cuidado mais clara e eficaz.
A realização simultânea do II Simpósio de Transição de Cuidados e da Expo Hospital oferece uma excelente oportunidade para a troca de conhecimentos e aplicação prática das ideias discutidas. O evento também promove networking, permitindo que os participantes interajam com líderes da indústria de saúde presentes na feira, o que pode gerar novas parcerias e projetos essenciais para o avanço da transição de cuidados no Brasil.
“Apesar do nome, a Expo Hospital abrange todo o mercado de saúde, incluindo operadoras, profissionais autônomos e setores públicos, como secretarias de saúde. É uma oportunidade para divulgar o conceito de transição de cuidados para diversos públicos e setores, promovendo debates e destacando a importância desse segmento para a sociedade. A missão da ABRAHCT é disseminar o conceito de hospitais e clínicas de transição e evidenciar a necessidade de sistemas específicos para gerenciar esses serviços”, conclui.
Serviço:
II Simpósio de Transição de Cuidados
Dia 26 de setembro
Onde: Expo Hospital, no Expominas, em Belo Horizonte/MG
Mais informações: https://abrahct.org.br/
*Informações Assessoria de Imprensa