O que você tem feito com o tempo que ainda lhe resta?

(Foto: Pixabay)

Desde que nascemos, uma coisa é certa: envelhecemos a cada dia que passa. O tempo está passando. E isso é para todos.

Todos nós estamos caminhando para o mesmo fim, uns com mais consciência disso, outros com menos. O fato é que a vida um dia termina para todos que estão debaixo desse lindo céu azul que agora avisto da minha janela.

O dia que vivemos ontem não volta mais, foi um dia a mais vivido e também um dia a menos do tempo que ainda temos.

O tempo que nos resta, pode ser muito ou pouco não sabemos, é extremamente precioso. E ele passa igual para todas as pessoas: a cada 7 dias uma semana, a cada 30 um mês, a cada 365 um ano. E todos eles não voltam mais.

Todos estamos envelhecendo, não importa se você tem 20, 30, 40 ou 50 anos, envelhecimento não é um ponto de chegada, não é um lugar, é todo o percurso de uma vida vivida, é um processo. Portanto, essa conversa é para todas as pessoas, não importando em que fase do ciclo vital se encontram.

É claro que, ao darmos nome para cada fase da vida (infância, adolescência, vida adulta, terceira idade/melhor idade/“velhice”), isso parece mais fácil de compreender pois ao chegarmos na última delas, algumas coisas terão se perdido ao longo desse caminho. Com o passar dos anos vamos perdendo agilidade, força, elasticidade e outras coisas que a prática de exercícios físicos vão ajudando a manter. Mas fora os aspectos fisiológicos, há outros aspectos que vão se modificando ao longo da nossa vida sejam eles emocionais, intelectuais, sociais.

Como você tem lidado com todos esses aspectos? O que tem feito pelo seu corpo e por sua mente para que esse percurso seja o mais saudável possível?

Muitas de nossas ações hoje, e a falta delas também, poderão acarretar consequências lá na frente. 

É claro que temos que considerar a genética que nos constitui, alguns terão mais propensão para uma coisa do que outros, mas há algo significativo que vai dizer como enfrentaremos as situações que podem acontecer com nosso corpo e nossa mente à medida que vamos envelhecendo. Essa parte todo mundo sabe, trata-se dos bons hábitos de vida.

A grande questão que trago para reflexão é sobre o que você tem feito com o tempo que ainda lhe resta. E o que tem feito para contribuir com o seu envelhecimento para que ele seja o mais saudável e vivível possível, tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista emocional e relacional.

Não importa quanto. Para algumas pessoas esse tempo pode ser bem extenso, para outras mais curto. A verdade e que não sabemos quanto tempo ainda nos resta, o que sabemos é que estamos envelhecendo e rumando à nossa finitude. Alguns de nós levam isso a sério e pensam a respeito, outros acham uma bobagem e evitam lembrar que nosso fim é certo, deixam pra depois.

Alguns de nós teremos uma velhice ativa, saudável, tranquila, já outros terão bastante dificuldades e limitações. Como não sabemos em qual circunstância estaremos, é providencial que façamos nosso melhor agora vislumbrando o melhor dos cenários quando a última fase do ciclo vital chegar. Deixar pra cuidar disso tudo depois, pode ser tarde e o tempo pode ser mais escasso pra fazer tudo aquilo que desejamos.

Então, nesse percurso, meu desejo e minha sugestão é que possamos expressar mais nossos afetos, nossas dores, nossas angústias, nossas necessidades, nossos amores. Que possamos encontrar acolhimento e sentindo, em tudo aquilo que formos plantando ao longo de todo nosso caminho. Que possamos nos responsabilizar mais pelo nosso autocuidado e fazer o que temos pra fazer agora, é o que temos de mais concreto na vida.

*Jociane Casellas é psicóloga formada pela Universidade Tuiuti do Paraná e atua há mais de 10 anos na área da saúde. Pós- graduada em Psicologia Clínica com ênfase na abordagem Sistêmica, pós-graduada em Psicologia Hospitalar especialista em Psico-Oncologia, com atuação em Cuidados Paliativos. Pós-graduanda em Psicologia Transpessoal e Mestranda em Bioética, além de colunista do portal Saúde Debate

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