Sentido de vida. Você sabe qual é o seu?

Olho pela janela e vejo a chuva cair, mansa, suave, tímida ainda.

A temperatura começa a cair. O final da tarde chega devagar diminuindo a luz natural do dia.

Como é bela a natureza e seus ciclos naturais de começo e fim. O sol saiu de cena dando espaço à chuva. Vai o dia para a chegada da noite. Um término para um começo.

Retomo a atividade que realizava. E em meio aos afazeres, compromissos, rotina, agenda, cotidiano, sigo em frente.

É nessa dinâmica e nesse ciclo de um dia após o outro, uma semana após a outra, mais um mês que termina para outro começar, que podemos muitas vezes nos perguntar: que contribuição estou deixando aqui com as coisas que faço, produzo, ensino, penso, compartilho, construo? Que sentido tem minha existência por aqui, para mim e para os outros?

Estou eu alinhado/a com meus propósitos de vida? Tenho ciência daquilo que me motiva?

Sei de fato quais são esses propósitos? Ou estou agindo e vivendo no automático?

Muitos dos que tem a oportunidade e conseguem fazer exatamente aquilo a que se propuseram fazer denotam uma imensa felicidade e gratidão. Outros, que ainda não descobriram seu verdadeiro caminho, percorrem ainda estradas cheias de obstáculos. Questionam-se sobre o que dá sentido à sua vida, procurando-o.

Tenho ouvido muitas narrativas nesse sentido nos últimos tempos. Há muitas pessoas desencontradas dos seus sentidos de vida, ou porque ainda não o encontraram ou porque não conseguem, por vários motivos, colocar em prática aquilo que realmente os motiva a sair da cama todas as manhãs. Seja por qual motivo for, há algo que impede sua total realização.

Quando jovens fazemos escolhas que talvez não dizem respeito ao nossos reais desejos e interesses. Os que tem oportunidade de acesso à educação de nível superior, são pressionados a escolher que rumo seguir ainda numa fase de muita imaturidade. E essas escolhas, muitas vezes precoces, poderão trazer repercussões lá na frente quando nos questionarmos: porque eu faço o que faço?

É natural chegarmos a certa altura da nossa vida e fazermos um balanço de como as coisas foram se construindo ao longo do tempo e para onde queremos que elas sigam. Muitos questionamentos pulam em nossa mente. E se eu tivesse feito outras escolhas? E se eu resolver mudar de rota agora?

Tememos o insucesso, o julgamento das pessoas, o arrependimento. Buscamos certezas, garantias, respostas certas e prontas. Mas, será que elas existem? Ou será que para época de nossa vida há uma certeza, uma garantia, uma resposta diferente? Ou ainda, será que um dia viveremos de fato alguma certeza? A vida é tão dinâmica.

Somos seres em constante transformação e movimento. O que fazia sentido para mim ontem pode ser que hoje não faça mais. E coisas que eu nem sequer imaginava tempos atrás, amanhã podem passar a ocupar um espaço considerável do meu tempo e dos meus interesses.

Talvez o maior segredo seja estarmos sempre abertos para o novo. Novas ideias, novos conceitos, novas possibilidades. Assim vamos nos construindo e reconstruindo. Nos permitindo novas experimentações e descobertas.

Sair da zona de conforto é difícil muitas vezes, mas é uma oportunidade que pode nos proporcionar um campo muito mais vasto do que aquele pedacinho que estamos habituados a ocupar.

O conhecido é seguro, mas o desconhecido …. Ah esse pode ser libertador!

Muitas vezes é preciso nos permitir explorar e conhecer coisas novas e diferentes. Experimentar novos sabores, diversificar nossas leituras, conhecer novas autoras e novos autores, dar chance a novos significados.

Quem sabe assim, isso nos ajude a encontrar ou recriar nossos sentidos de vida!!



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