Então, será Natal?

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2020-11-24 | 23:50h
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2022-03-29 | 17:34h
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Saúde Debate
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Às vésperas de completar 8 meses em casa (home office), ou exatos 250 dias conforme as contas do bom Excel, soube que, devido ao recrudescimento da pandemia em Curitiba e no Paraná, o plano de retorno às atividades presenciais foi postergado, para dizer o mínimo!

Nas viagens que fiz por este Brasil amado, a percepção é de que as pessoas que moram acima da região Sudeste, tem Curitiba em alta conta por seu modelo de transporte urbano, parques emblemáticos e muito frio, uma cidade modelo. É a percepção! Porém, a pandemia tem revelado que o povo europeizado da cidade sorriso (ainda temos esse epíteto?) está cansado do enclausuramento forçado!

Dia destes, após meu retorno das férias passadas entre Rio de Janeiro, Alagoas e uma parte do tempo numa ilha da costa baiana chamada de Boipeba, dei-me conta que a geladeira estava vazia. Chamar o iFood, UberEats? Não! Quis ir ao Centro Histórico da Cidade para ver como estava o movimento. No restaurante estava tudo tranquilo, com os procedimentos recomendados pelos órgãos sanitários sendo seguidos à risca. Ótimo, ficamos um pouco mais descansados quando vemos litros de álcool gel à disposição, porém, um olhar pelo Largo da Ordem e sua feirinha muito conhecida, possibilitava perceber muitas pessoas sem máscara, alguma aglomeração, muita gente andando perto umas das outras.

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Praia da Boca da Barra, Ilha de Boipeba, Bahia Praia da Cueira, Ilha de Boipeba, Bahia

(Fotos: Acervo / Gilmar Rosa)

Nossos europeizados habitantes estavam seguindo o mesmo processo dos ancestrais, que fizeram a Europa entrar numa segunda onda da pandemia severa. Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e tantos outros países estavam se voltando para um fechamento de atividades mais drástico do que aquele enfrentado no início da pandemia. Toque de recolher é o mínimo que haveria de ser imposto.

Pensar em comparar Europa com Brasil é deveras burrice, em todos os sentidos. Entretanto, o comportamento das pessoas lá e cá parece-me muito semelhante. Nas ocasiões em que pude visitar Madri, foi impossível não se empolgar com a vida noturna da esplêndida e linda cidade – pelas ruas de diversos bairros os bares e restaurantes sempre lotados, repletos de uma juventude linda e desencanada. As pessoas afloravam dos bares para as ruas, as praças, as calçadas, a fim de melhor aproveitarem noites e madrugadas quentes. Na maioria, jovens.

Se lá, a alma viva da cidade, personificada em sua juventude não suportava mais o isolamento social, o enclausuramento obrigatório, dando vazão aos bares cheios novamente, por que aqui haveria de ser diferente? 250 dias de reclusão nem mesmo eu aguento! Imagine jovens irrequietos atrás de socialização e bebericação?

Plaza Pedro Zerolo, Madri – Espanha  Plaza de Colón, Madri – Espanha 

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p class=”ql-align-center”>(Fotos: Acervo / Gilmar Rosa)

Não há como negar que houve recrudescimento da Covid-19 no mundo. Ninguém nega, a não ser aqueles de costume lá em Brasília. E para piorar as coisas, a vacina que aqui aportar, não será suficiente para eliminar os rastros do vírus, por que serão necessárias milhões de doses para toda a população brasileira a serem aplicadas em quanto tempo? Ninguém sabe!

Se 2020 foi o ano perdido em que quase nos tornarmos ermitãos, o que nos espera em 2021? Valha-nos Deus!

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