A procrastinação é, essencialmente, o ato de evitar suas tarefas ou trabalho, ocupando seu tempo com atividades mais satisfatórias.
Costumamos atribuir a procrastinação à falta de motivação, hábitos preguiçosos, ou até incompetência.
Mas, acredite, a procrastinação é química.
Existe uma ciência que explica porque nós “deixamos para amanhã” as atividades que sabemos que são importantes fazer hoje.
A procrastinação acontece por causa de uma batalha entre duas partes muito complexas do cérebro: o nosso sistema límbico (conjunto de estruturas cerebrais responsáveis pelas respostas emocionais) e o córtex pré-frontal. (O córtex pré-frontal modula o processo de tomada de decisões.)
Mas nesta luta, o córtex pré-frontal, muitas vezes, não consegue impedir que o sistema límbico vença, nos levando à procrastinação.
Você se considera procrastinador?
Existem alguns tipos de procrastinadores. Veja se você se identifica com algum deles:
-perfeccionista/fugitivo: o procrastinador perfeccionista “foge” das obrigações por medo de ser julgado. Quer tudo tão perfeito, que quando percebe que essa perfeição não será atingida, adia tarefas para evitar a culpa por um produto final inferior.
-aventureiros: esse tipo de procrastinador gosta da sensação de adrenalina que vem com a corrida para cumprir prazos, por isso, deixa tudo para o último minuto só para sentir esse frio na barriga de “será que vai dar tempo?”
-contente: esse é o perfil de quem diz trabalhar melhor sob pressão. Adiam as tarefas o máximo que podem, até chegarem no limite. Quando conseguem bons resultados, tendem a repetir a atitude. Muito parecidos com os aventureiros, mas por teimarem que não têm problema com a procrastinação, confiam demais que vão conseguir entregar o que precisam, e esse nem sempre é o caso.
-medroso: esse tipo de procrastinador costuma adiar suas obrigações quando não se sente motivado por não gostar do que está fazendo. Isso acontece quando o trabalho ou tarefa não são estimulantes ou se tornam repetitivos.
O que isso tem a ver com a comunicação?
Quando você começa sua jornada em busca da boa comunicação, percebe que para ser um bom comunicador (a), vai precisar praticar um pouquinho todos os dias.
Você passa a entender que para atingir os resultados que você deseja, vai precisar colocar em prática diferentes técnicas, e que, sem um certo esforço, não vai progredir. E aí você procrastina.
Deixa os exercícios de articulação para depois. Não faz seus exercícios de voz. Espera até o último minuto para se preparar para uma apresentação.
Deixa para o famoso amanhã.
E sua comunicação sofre com isso.
Como resolver isso?
Para um procrastinador crônico, superar esse hábito pode parecer impossível. Mas não é!
A forma mais eficaz é tomar medidas preventivas, como tentar agendar e concluir tarefas com uma certa antecedência.
O bom e velho “um pouquinho todos os dias” pode oferecer um respiro, aliviando a necessidade de terminar uma tarefa grande demais de uma só vez—e evitar que você deixe isso para a noite anterior ao prazo.
Não busque o produto final perfeito. Apenas comece.
O seu “eu” de amanhã, e a sua comunicação vão lhe agradecer!
Fontes:
https://nesslabs.com/neuroscience-of-procrastination
https://share.upmc.com/2015/07/the-science-behind-procrastination/
* Cida Stier há mais de 30 anos estuda, pesquisa e trabalha com Voz Profissional e Comunicação em Público e no Vídeo. Fonoaudióloga, formada pela PUC-PR, mestre em Distúrbios da Comunicação pela UTP-PR, doutora em Administração em Neuromarketing, FCU-FL, especialista em voz pelo CEV-SP, pós-graduada em Distúrbios da Comunicação, em Educação Especial na PUC-PR, com MBA em Comunicação e Marketing Unicuritiba-PR. E também é colunista do portal Saúde Debate.
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