*Andre Pereira Neto & Letícia Barbosa
Nas últimas décadas, as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) estão desempenhando um papel fundamental na produção e circulação de informação sobre saúde. Seus impactos no campo da saúde têm sido objeto de intenso debate.
Na nossa primeira matéria, analisamos a emergência do paciente expert e as reconfigurações que esse novo ator social impõe na relação com o profissional de saúde. Este paciente torna-se expert porque acessa informações e compartilha experiências, dados e conhecimentos com outros cidadãos em condições de saúde semelhantes nas comunidades on-line de saúde.
Tais comunidades se caracterizam enquanto um ambiente virtual que geralmente agrega indivíduos com uma mesma condição de saúde ou doença. Para o paciente, tais ambientes apresentam uma série de vantagens. Ele pode acessar de qualquer lugar, de sua residência ou local de trabalho, 24 horas por dia.
A sensação de anonimato também garante a privacidade tão importante em determinados casos. As comunidades de saúde on-line se configuram enquanto um espaço estratégico para que pacientes acessem prontamente informação com seus pares sobre determinada doença e seu tratamento.
Outro aspecto que as singulariza é possibilidade dos participantes conversarem sobre suas vivências relacionadas à sua condição de saúde, compartilhando entre si conhecimentos produzidos a partir da experiência de cada um com a doença.
O compartilhamento de experiências nesses ambientes digitais também pode contribuir para que os participantes se sintam menos solitários e desemparados ao lidarem com sua condição de saúde. Uns auxiliam os outros nestes momentos adversos. Em certos casos as informações são sobre as inovações tecnológicas associadas ao tratamento e ao diagnóstico ou sobre os direitos inerentes à condição de portador de determinada enfermidade.
Nesse sentido, as comunidades virtuais de saúde se apresentam como uma importante fonte de informação e de apoio social, contribuindo para a formação do paciente expert. Assim ele poderá cuidar melhor de si. Por esta razão estas comunidades virtuais são um ambiente muito saudável! (Saiba mais sobre esse assunto clicando aqui)
* Andre Pereira Neto e Letícia Barbosa são pesquisadores do “Laboratório Internet, Saúde e Sociedade”, Centro de Saúde Escola Germano Sinval de Faria da Escola Nacional de Saúde Publica da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
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