Ranking mostra que mais leitos estariam disponíveis durante a pandemia se não houvesse escassez de saneamento

    A edição de 2020 do Ranking ABES da Universalização do Saneamento, realizado anualmente pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), mostrou que mais leitos estariam disponíveis durante a pandemia se não houvesse escassez de saneamento no país. Segundo a entidade, o Brasil poderia ter 13.712 leitos por mês vagos neste momento se não houvesse internações por doenças causadas pela falta de saneamento. E os leitos poderiam ser utilizados no tratamento da Covid-19.

    Os dados são referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. O estudo completo, divulgado no dia 5 de junho, pode ser conferido clicando aqui. O Ranking ABES da Universalização do Saneamento também demonstra a correlação entre a pontuação total alcançada pelos municípios e a taxa de internação por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, em função da intrínseca relação entre saneamento e saúde.

    “O saneamento, que já havia entrado na pauta política e da mídia e nas discussões da sociedade, tem agora sua importância ainda mais evidente, com a pandemia de Covid-19. Temos que insistir na informação de que saneamento é saúde. Somente com este entendimento a população poderá identificar políticos que estejam comprometidos com esta questão e as políticas públicas que realmente tenham este objetivo, cobrando das autoridades a melhoria dos serviços. O saneamento tem impacto direto na vida de todas as pessoas e precisa ser prioridade de Estado na agenda dos governantes e dos legisladores, porém, sempre com uma discussão plural, que envolva todos as partes e, especialmente, que esclareça a sociedade”, ressalta Roberval Tavares de Souza, presidente nacional da ABES. 

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    O Ranking

    Em sua quarta edição, o Ranking ABES da Universalização do Saneamento se consolidou como um importante instrumento de análise do setor no Brasil. A partir de indicadores de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação adequada de resíduos sólidos, o ranking identifica o quão próximo os municípios estão da universalização do saneamento. Apura ainda os impactos da ausência ou precariedade do saneamento na saúde da população. Por fim, apresenta um panorama da situação de cada município do ranking em relação à formulação do Plano de Saneamento Básico, instrumento fundamental para as políticas públicas de saneamento no país e condição para obtenção de recursos da União para esses serviços a partir de 2023.

    O ranking edição 2020 reúne 1857 municípios, representando cerca de 70% da população do país com informações dos municípios brasileiros que forneceram ao SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento – as informações para o cálculo de cada um dos cinco indicadores utilizados no estudo. As 27 capitais brasileiras estão presentes no ranking.

    Os municípios que apresentaram as informações para o cálculo dos indicadores que compõem o ranking foram classificados em quatro categorias de acordo com a pontuação total obtida pela soma do desempenho de cada indicador. A pontuação máxima possível é de 500 pontos, atingida quando o município alcança 100% em todos os cinco indicadores.

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