O Brasil é o pais mais “ansioso” do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ansiedade afeta quase 10% dos brasileiros, cerca de 19,4 milhões de pessoas. A ansiedade é uma reação fisiológica do sistema nervoso. Senti-la é uma condição essencial e natural à vida humana. Entretanto, quando é de forma exagerada, trazendo prejuízos para a vida da pessoa, caracteriza-se como um transtorno de ansiedade.
A capacidade do ser humano de criar expectativas, falar, pensar, sentir, recordar, leva-o a antecipar situações e perigos, liberando hormônios e ocasionando reações no corpo todo. As reações fisicas são as mesmas sentidas pelo medo, quando o corpo prepara-se para lutar, fugir ou até mesmo congelar. Isso é normal. O problema é quando ela acontece de forma exacerbada e deixa de ser positiva. Neste caso, requer cuidados.
O transtorno de ansiedade pode acontecer em qualquer fase da vida, decorrente de diversas variáveis. Entre os fatores que aumentam o risco da doença estão a hereditariedade, a personalidade e traumas. “Quando uma pessoa percebe que a ansiedade deixa de ser natural é de fundamental importância que busque auxílio profissional, com psicólogo e psiquiatra, pois dificilmente o indivíduo vai conseguir resolver sozinho. O mais indicado é realizar os tratamentos em conjunto para maior efetividade”, explica a psicóloga do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba (PR), Juliana Cirino de Jesus.
Por dias mais tranquilos
Se o distúrbio de ansiedade for tratado corretamente existem boas possibilidades de remissão total dos sintomas com retomada completa da qualidade de vida. O tratamento baseia-se em uma combinação de várias opções terapêuticas – farmacológicas e não farmacológicas.
Durante a consulta psiquiátrica, a melhor opção será considerada sempre individualizando para cada pessoa. “Um tratamento que foi ótimo para um individuo pode não ser para outro. Cada caso é um caso e tudo vai depender das condições individuais como sua história de saúde e doenças, se faz uso ou não de outras mediações, se já fez uso de alguma medição que atua no sistema nervoso e assim por diante”, explica a psiquiatra e psicogeriatra do HNSG, Monia Bresolin
Além do tratamento adequado, durante as crises é importante algumas ações. Segundo Juliana, o primeiro passo em uma crise de ansiedade/pânico é tomar “consciência” da situação e, então, tentar trazer os pensamentos e sensações para o nível racional, focando no controle da respiração. No momento da crise, ocorrem também respostas controladas pelo sistema neurovegetativo, como aumento da frequência cardíaca e respiratória entre outras, podendo piorar os sintomas.
Por isso, é necessário focar na respiração utilizando técnicas de respiração, como por exemplo inspirar contando até quatro, manter o ar contando até quatro, e expirar contando até quatro.