
Embora a maioria das pessoas estejam familiarizadas com a pré-eclâmpsia — uma condição tipicamente diagnosticada durante a gravidez — a pré-eclâmpsia pós-parto é muito menos conhecida. A condição ganhou destaque recentemente quando Meghan, a Duquesa de Sussex, revelou que a apresentou após o nascimento de um de seus filhos. Apesar de rara, essa emergência médica é considerada gravíssima, com risco de óbito às mães após o nascimento do filho.
Leia também – 7 sinais de depressão na gravidez: saiba identificar e buscar ajuda
“A pré-eclâmpsia é uma resposta corporal anormal à gravidez, frequentemente desencadeada por complicações durante o desenvolvimento inicial da placenta, geralmente aparecendo por volta da 20ª semana de gestação. Já a pré-eclâmpsia pós-parto se desenvolve após o nascimento da criança, frequentemente nos primeiros dias, mas às vezes até seis semanas após o parto”, explica o professor Ido Solt, diretor da Unidade de Medicina Materno-Fetal Sra. Edith e Prof. Dov Katz no Rambam Health Care Campus, hospital considerado referência em Israel.
A pré-eclâmpsia pós-parto afeta aproximadamente entre três e cinco mulheres a cada mil nascimentos. Ao contrário da pré-eclâmpsia, que geralmente é detectada por meio de monitoramento de rotina, a doença pode passar despercebida, colocando as mães em risco significativo.
“Os sintomas da pré-eclâmpsia pós-parto incluem pressão alta, fortes dores de cabeça, distúrbios visuais, dor abdominal superior, náuseas e inchaço súbito da face, mãos ou pernas. Esses sintomas devem ser levados a sério, mesmo que pareçam leves. O tratamento geralmente envolve hospitalização, medicamentos para pressão arterial, anticonvulsivantes e monitoramento rigoroso”, enfatiza Solt.
O médico do Rambam destaca que, embora a pré-eclâmpsia durante a gravidez possa ser resolvida com o parto, a pré-eclâmpsia pós-parto requer tratamentos diferentes, e o tempo é essencial. “Se não tratada, a condição pode levar a complicações graves, incluindo acidente vascular cerebral, convulsões, edema pulmonar, danos ao fígado ou aos rins e, em casos extremos, pode ser fatal. Há também um risco aumentado de hipertensão e doenças cardiovasculares no futuro, o que torna o acompanhamento contínuo essencial.”
Solt alerta que mulheres que já sofreram de pré-eclâmpsia, estão grávidas de múltiplos (gêmeos ou mais), diabéticas e portadoras de hipertensão crônica estão entre aquelas com maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia pós-parto.
“Por essa razão, logo após o parto, é crucial que mães nessas condições permaneçam atentas e monitorem cuidadosamente sua saúde e bem-estar durante todo o período pós-parto.”