Quase um quarto dos pacientes com adenocarcinoma e cerca de metade dos pacientes com carcinoma de células escamosas apresentam uma resposta clínica completa (RC) e 30–40% desenvolverão metástases à distância precocemente, levantando questões sobre o benefício da cirurgia padrão em todos os indivíduos após a quimiorradioterapia neoadjuvante (QRTneo). Assim, a vigilância ativa (VA) foi proposta como uma alternativa à cirurgia padrão. Os benefícios de evitar a esofagectomia são claros, visto que aproximadamente 60% dos pacientes desenvolvem complicações pós-operatórias e muitos apresentam redução na qualidade de vida relacionada à saúde.
O estudo teve como objetivo investigar se a VA poderia ser uma alternativa para indivíduos com RC após QRTneo. Foram recrutados 309 indivíduos com carcinoma de esôfago localmente avançado e RC após QRTneo (41,4 Gy), sendo submetidos à VA (198 pacientes) ou cirurgia padrão (111 pacientes).
O acompanhamento mediano foi de 38 meses. 35% dos pacientes do grupo VA apresentaram RC persistente. Dos participantes submetidos à esofagectomia, 82% do grupo de VA e 84% do grupo de cirurgia padrão apresentaram pelo menos uma complicação pós-operatória. Os participantes submetidos à VA apresentaram qualidade de vida global relacionada à saúde estatisticamente melhor do que os participantes submetidos à cirurgia padrão em 6 meses e 9 meses após a conclusão da QRTneo. A partir de 12 meses, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.
Concluíram que a sobrevida global (desfecho primário) em 2 anos para VA (74%) não foi inferior à cirurgia padrão (71%). A frequência de complicações e a mortalidade pós-operatória após cirurgia padrão ou cirurgia adiada após VA foram semelhantes entre os grupos. Além disso, os participantes submetidos à VA apresentaram melhor qualidade de vida global relacionada à saúde em curto prazo. Se assumirmos…
