Toxicidade e eficácia de diferentes volumes-alvo de radioterapia baseado nas diretrizes do RTOG/NRG e do EORTC em pacientes com glioma grau 3-4: um estudo clínico randomizado controlado


O tratamento padrão para gliomas de alto grau é a combinação entre ressecção cirúrgica máxima, radioterapia e quimioterapia (temozolamida). Apesar dos avanços em tratamento sistêmico e da tecnologia empregada na radioterapia, a maioria dos pacientes evoluem com recidiva dentro de um ano. Ao mesmo tempo em que a radioterapia é efetiva em eliminar células tumorais e retardar a progressão da doença, pode causar danos estruturais no cérebro e alterações cognitivas que impactam na qualidade de vida do paciente.

Atualmente não há um consenso no volume ideal de tratamento. As diretrizes mais utilizadas são a do RTOG do EORTC, que orientam o seguinte:
– RTOG: primeira fase até 46 Gy (tumor residual, cavidade cirúrgica e edema peritumoral + 2 cm) e segunda fase de 14 Gy (tumor residual e cavidade cirúrgica + 2 cm), respeitando barreiras anatômicas
– EORTC: fase única de 60 Gy (tumor residual e cavidade cirúrgica + 2 cm), respeitando barreiras anatômicas. Ou seja, exclui o edema peritumoral do CTV

A justificativa de incluir o edema peritumoral (áreas de sinal alterado nas imagens de ressonância magnética ponderada em T2/Flair) é que existem células tumorais nessa região. Porém, ao incluí-lo, há maior exposição de tecido sadio à radiação, o que pode aumentar a toxicidade.

Este estudo teve como objetivo demonstrar que a diretriz do RTOG/NRG não aumenta a toxicidade e é tão eficaz quanto a diretriz do EORTC.

Foram recrutados 245 pacientes diagnosticados com glioma grau 3 ou 4 tratados com radioterapia e temozolamida, e randomizados de acordo com o volume alvo da radioterapia (RTOG/NRG n = 122 e EORTC n = 123). Todos os pacientes foram tratados com radioterapia de arco volumétrico modulado (VMAT). A toxicidade relacionada ao tratamento foi desfecho primário, e sobrevida global e sobrevida livre de progressão foram os desfechos secundários.

Como resultado, não houve diferença entre toxidade aguda leve ou…



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