Quando o papel do tratamento radioterápico nos sarcoma de partes moles é abordado, nos deparamos com orientações de guidelines sugerindo esquemas de tratamento que permanecem inalterados por décadas! Com a ascensão dos esquemas hipofracionados devido ao desenvolvimento das análises radiobiológicas desses tumores e aprimoramento das técnicas de tratamento mais conformacionais surgiram estudos analisando a factibilidade dessa abordagem no manejo dos STF.
Hoje, no clube da revista, trouxemos uma revisão sistemática irlandesa publicada na revista vermelha que elegeu 25 artigos para análise. Com o objetivo de consolidar dados atuais sobre a segurança e eficácia da RT hipofracionada pré-operatória para STF com esquemas hipofracionados, sejam moderados ou ultra hipofracionados, com doses que variavam entre 25 -40 Gy em 5 frações ou 28-42.75 Gy em 8 a 15 frações e compará-los com abordagens de fracionamento convencionais. Como resultado, a maioria dos estudos relatou taxas de controle local superiores a 85% em 2 anos podendo ser ainda mais altas quando tipos histológicos considerados mais radiosensíves, como o liposarcoma, são analisados separadamente. A avaliação da sobrevida global (SG) possui o viés de que muitos artigos são recentes, publicados depois do ano 2000, apresentando tempo de seguimento insuficiente para avaliar robustamente esse desfecho clínico.
Dados preliminares, entretanto, sugerem resultados semelhantes aos esquemas convencionais. Um marcador interessante e promissor são as altas taxas de necrose tumoral (>90%) pós-tratamento, potencialmente correlacionando com margens cirúrgicas otimizadas e taxas de ressecção completas. Da mesma forma, as taxas de toxicidade aguda alinharam-se com os níveis esperados para RT convencional. No entanto, os dados sobre toxicidade tardia foram limitados, enfatizando a necessidade de estudos de seguimento a longo prazo.
Existe ainda um longo caminho até a definição de…
