A Sociedade Brasileira de Urologia é a nova parceira da campanha “Liberdade Além da Mobilidade”, que conscientiza sobre retenção urinária crônica

retenção urinaria
(Foto: Freepik)

A Campanha “Liberdade Além da Mobilidade”, iniciativa da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR) para conscientizar a respeito da retenção urinária, conta agora com a parceria da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A ação tem o objetivo de ampliar o conhecimento a respeito dessa condição que afeta mais de 350 mil brasileiros.[i]

““Retenção urinária crônica é uma disfunção do trato urinário inferior, geralmente resultante de uma obstrução mecânica ao esvaziamento da bexiga ou de uma lesão neurológica, que prejudica ou interrompe o funcionamento adequado dos mecanismos envolvidos no ato da micção”, explica Dra. Karin Marise Jaeger Anzolch, Diretora de Comunicação e integrante da diretoria da SBU Nacional. Segundo a médica, muitas pessoas não sabem o que é a condição, suas causas e consequências, por isso acredita que iniciativas como essa têm muita relevância. “Muitas pessoas silenciosamente convivem com problemas e situações que geram dificuldade para esvaziar a bexiga, e acabam tendo pouco acesso às informações e cuidados necessários para uma melhora na sua qualidade de vida. A SBU trabalha para ampliar o alcance dessas informação e é parceira da ABMFR nessa campanha para que o conhecimento sobre retenção urinária possa chegar cada vez a mais pessoas”, afirma.

“Liberdade Além da Mobilidade”

Com o apoio da Coloplast, líder mundial em soluções para pessoas com necessidades íntimas de saúde, a campanha “Liberdade Além da Mobilidade” quer alertar sobre o quanto a retenção urinária, apesar de pouco conhecida, pode afetar a liberdade e a qualidade de vida de homens e mulheres que convivem com a condição. Por isso, o o objetivo é gerar conscientização a respeito da retenção urinária, educar profissionais de saúde e pacientes, além de sensibilizar a sociedade. Nesse sentido, tem realizado diversas ações de comunicação para amplificar as mensagens a respeito da condição.

O principal pilar é a landing page www.retencaourinaria.com.br, que pode ser acessada por qualquer pessoa e traz conteúdo detalhado sobre a condição. A campanha trabalha para tornar a página referência e fonte confiável de informações para todos, desde o profissional de saúde até o indivíduo que acabou de ser diagnosticado e precisa entender melhor o seu quadro.

Para aumentar o conhecimento sobre a condição e expandir o alcance, a campanha levou as principais mensagens em vinhetas que foram exibidas em todas as telas DOOH no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Ao todo, 77 monitores no aeroporto receberam 326.017 inserções na primeira quinzena de setembro, o que significa um impacto de oito milhões de pessoas.

A mais recente iniciativa começou em novembro, no Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. Assim como em São Paulo, estão sendo veiculados vídeos educativos e informações relevantes a respeito da condição nos principais espaços do aeroporto, com a expectativa de impactar mais de 1,3 milhão de pessoas.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados da campanha até agora e temos a certeza de que a parceria com a SBU nos ajudará a chegar ainda mais longe. Com informação e conhecimento, vamos aumentar a qualidade de vida das pessoas que convivem com a retenção urinária crônica”, conclui Eduardo Rocha, médico fisiatra presidente da ABMFR.

Sobre retenção urinária crônica

Mais de 350 mil brasileiros possuem retenção urinária e de cada 10 pessoas com lesão de medula que recebe alta hospitalar, quatro tem indicação para a realização do cateterismo intermitente limpo (CIL). O cateterismo intermitente é o procedimento para esvaziar a bexiga quando alguma condição clínica impede que isso aconteça espontaneamente da maneira adequada (retenção urinária).

Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia, a técnica do cateterismo intermitente (CI) é considerada atualmente como o padrão ouro em cuidado da retenção urinária crônica e a técnica mais difundida é a limpa, que utiliza materiais não-estéreis, exigindo apenas a limpeza das mãos e da região genital, portanto, podendo ser realizada também fora do ambiente hospitalar. Esta técnica consiste em introduzir um cateter no canal da uretra que irá drenar a urina contida na bexiga para um recipiente externo, que pode ser o próprio vaso sanitário ou uma bolsa coletora descartável. Os cateteres com revestimento hidrofílico são os mais recomendáveis para usuários que necessitam realizar o cateterismo intermitente porque permitem a remoção da “urina residual” e diminuem o risco de complicações, como o trauma uretral e infecções urinárias recorrentes. Além disso, comparado aos cateteres de permanência, o CI reduz pela metade a ocorrência de infecções urinárias.

Atualmente, os cateteres utilizados para a realização do CIL podem ser convencionais ou com revestimento hidrofílico. O cateter convencional é feito em PVC e tem necessidade de lubrificação manual (que não é de forma homogênea) com lubrificante a base de água, ou seja, é necessário o preparo antes da realização do procedimento, além de que essa lubrificação fica externa a uretra no momento da introdução do cateter. Seus orifícios não são polidos nem lubrificados, gerando atrito na inserção, e há evidências científicas de que oferece maior risco de complicações (trauma na uretra e Infecções urinárias recorrentes).

Já o cateter com revestimento hidrofílico possui um polímero com afinidade pela água que mantem a lubrificação presente em toda a estrutura do cateter e devido a ser revestido, essa lubrificação não se dispersa ou fica externa a uretra, como no caso do cateter de PVC. Esse cateter já vem pronto para o uso, facilitando a utilização por pessoas com movimentos restritos das mãos. Os orifícios são polidos e lubrificados, reduzindo o atrito na inserção e, consequentemente, os traumas na uretra. Há evidências científicas de que reduz o risco de complicações como infecções urinárias, traumas e sangramentos.

Estudo[ii] realizado com 130 paratletas cadeirantes do Brasil, Canadá, EUA, Chile, Colômbia e Japão, revelou que 84% deles realizam o cateterismo intermitente com cateter convencional. Destes, 84 tiveram alguma complicação ao longo de um ano, como lesões uretrais e infecção urinária. Cateteres com revestimento hidrofílico melhoram a qualidade de vida dos paratletas, reduzindo lesões uretrais, sangramentos e infecções urinárias recorrentes.

*Informações Assessoria de Imprensa