A fisioterapia pode ajudar, e muito, os pacientes com câncer durante todos os níveis de atenção, intervindo na prevenção, pós-operatórios e reabilitação e ainda com cuidados paliativos. Quem explica os benefícios é Elisabete Gruska, fisioterapeuta do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná. E para abordar a questão, no dia 21 de junho, às 10h, no Oncoville, será realizado o IOP Orienta, evento aberto à equipe multiprofissional, pacientes e familiares, com o tema “Fisioterapia: a importância do acompanhamento fisioterapêutico no paciente oncológico”. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo site: https://www.even3.com.br/ioporientafisioterapia/
“Hoje já atuamos em todas as áreas da oncologia, mama, cabeça e pescoço e uroginecológicos são os principais, porém, com grande relevância no cuidado do paciente em quimioterapia e radioterapia. Trabalhando nas condições físicas, fadiga e cuidado de questões relacionadas aos efeitos colaterais dos tratamentos”, explica Elisabete.
Para cada especialidade há uma abordagem específica, na prevenção, tratamento pós-operatório (dor, reabilitação de uma boca que não abre, de um braço que não se movimenta, de um intestino que não tem função), trazendo a reorganização destas e muitas outras funções, como linfedemas, cicatrizes e falta de mobilidade.
“A fisioterapia e a acupuntura associadas podem ajudar a controlar os principais efeitos colaterais que o tratamento pode trazer, como fadiga oncológica, fraqueza, falta de energia, náuseas, vômitos, xerostomia (boca seca), radiodermite, dor, falta de mobilidades, alterações nas funções: incontinência urinária, fecal, alterações circulatórias e linfáticas, além do controle da imunidade”, complementa.
A fisioterapia e principalmente a atividade e exercícios físicos têm efeitos positivos no controle e na manutenção e recuperação da força muscular, favorecendo o paciente ao retorno às atividades de vida diária.
Uma das grandes áreas da fisioterapia é a atuação nas pacientes mastectomizadas, além de auxiliar o controle da dor, mobilidade e função do tórax, tecido da região da mama, respiração, também atua nas complicações em decorrência dos esvaziamentos axilares e alterações linfáticas como o linfedema de membro superior. Além de todo um controle desse corpo se referindo a alterações posturais e de reorganização global.
O tratamento referência e padrão ouro hoje é a terapia descongestiva complexa, que se refere ao cuidado e enfaixamento do membro superior para controle do linfedema. Além de exercícios específicos para esse caso, todo o tratamento é acompanhado de exercícios de mobilidade e até com pesos específicos.
“Durante todo o tratamento a fisioterapia tem fundamental importância na orientação e acompanhamento do paciente, que hoje já sabemos que deve manter uma condição voltada para a realização de atividade física de 150 minutos semanais de exercícios físicos, divididos em aeróbico e/ou associados a trabalho de força, propondo assim um ganho de massa magra, favorecendo o quadro geral do paciente. Os exercícios e atividades para cada paciente são organizados e montados em um protocolo exclusivo e específico a partir de uma avaliação, testes de força e de esforço caso necessário”, orienta.
“Durante o tratamento vamos dosando, reavaliando e alterando os protocolos dependendo das necessidades funcionais de cada paciente. O ideal é acompanhá-lo até a volta a sua rotina de vida com duas funções habilitadas ou reabilitadas, ensinando novos caminhos caso necessário e direcionando a melhor maneira de prevenir recidivas (com atividade física, dieta balanceada, e controle emocional) sempre juntamente com a equipe multidisciplinar”, comenta a especialista.
A fisioterapia, além das funções de movimento, caminhada, membros superiores e inferiores, também atua nas funções pulmonares com exercícios específicos, aparelhos e ganho dessa função, como ventilação, expansão e oxigenação. Inclusive uma área muito importante da fisioterapia oncológica é quando o paciente passa por uma cirurgia de ressecção ou redução dos lobos pulmonares, por exemplo, devido a um câncer pulmonar ou nas adjacências (mama, retalhos cirúrgicos de peitoral, cirurgias abdominais). Para manter a função pulmonar precisa-se de todo esse tecido trabalhando em conjunto e com mobilidade integral.
“Da mesma forma a fisioterapia atua muito com a fisioterapia pélvica, levando em consideração que nosso corpo é tomado por terminações nervosas que muitas vezes são manipuladas ou alteradas durante os procedimentos, necessitamos reintegrar as funções dessa região operada, seja cavidade abdominal, intestino, útero, ovário, reto e próstata, trabalhando a estenose, radiodermite, incontinências, controle do assoalho pélvico e posição pélvica”, finaliza.
*Informações Assessoria de Imprensa