O Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba, está estruturando uma comissão de espiritualidade para atendimento de seus pacientes. A iniciativa nasceu da constatação do corpo clínico sobre a importância de incluir no dia a dia do hospital um entendimento de todas as influências físicas, emocionais e também espirituais na formação da doença ou no auxílio da cura.
A Comissão Intra-Hospitalar de Religiosidade e Espiritualidade envolve uma equipe multidisciplinar composta de profissionais da saúde, como médico, psicólogo, enfermeiro e fisioterapeuta, além de líderes religiosos. Todos trabalhando juntos para fornecer suporte espiritual para os pacientes e para as famílias deles. O foco principal é para os casos de tratamento paliativo ou pessoas em grave risco de morte. A iniciativa é comandada por Maurício Sperandio, Cardiologista e Preceptor de Residência, e por Bianca Maria Prezepiorski, Diretora de Governança do Hospital Costantini.
“A abordagem da espiritualidade na medicina é altamente relevante hoje em dia. Nosso objetivo é envolver os pacientes de forma abrangente, compreendendo as influências físicas, emocionais e espirituais sobre a doença e a cura”, destaca Bianca.
Maurício Sperandio detalha os objetivos e a composição da comissão. “A Comissão Intra-Hospitalar abrange diversos profissionais de saúde comprometidos em promover o modelo biopsicossocial-espiritual de saúde preconizado pela OMS,” explica ele. Essa abordagem multidisciplinar reconhece a interconexão entre os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais da saúde.
Segundo o cardiologista, o projeto-piloto da comissão, focado em ferramentas padronizadas de avaliação espiritual e treinamento para profissionais de saúde, busca oferecer um espaço não julgador para que os pacientes expressem suas preocupações religiosas e existenciais. “Além de oferecer cuidados espirituais, buscamos explorar correlações potenciais entre a religiosidade dos pacientes e os resultados de saúde,” diz. Estudos iniciais sugerem uma associação positiva entre envolvimento religioso e indicadores de saúde melhorados, motivando investigações adicionais.
Maurício lembra que, tradicionalmente, os aspectos espirituais são negligenciados pelos profissionais e instituições de saúde por não haver um treinamento formal nas diversas graduações. “Há também um receio em agir com preconceito ou discriminação nessa abordagem e, por fim, o tempo exíguo e o excesso de trabalho contribuem para essa barreira”.
“A proposta da Comissão é demonstrar, primeiramente aos profissionais de saúde, que a abordagem inicial é simples. Além disso, promover o treinamento necessário para que se conheçam as técnicas para essa abordagem e, principalmente, para orientar o profissional a não levar suas crenças para o atendimento. É a religiosidade e a espiritualidade do paciente que deve ser avaliada, não a nossa”, explica.
Segundo Maurício Sperandio, é amplamente estudada a correlação benéfica entre o grau de religiosidade de uma pessoa e seus dados de saúde. “Diversos trabalhos demonstram que, em indivíduos que possuem maior religiosidade, temos menor taxa de mortalidade geral, menores índices de infarto do coração e derrame cerebral, melhor controle de hipertensão, diabetes e colesterol, menor propensão a depressão, ansiedade e suicídio, menores índices de tabagismo, alcoolismo e abuso de drogas”, conclui o cardiologista do Hospital Costantini.
*Informações Assessoria de Imprensa
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