Neste cenário, Curitiba vem sofrendo nas últimas semanas uma intensa sobrecarga na sua rede de Saúde, em especial nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura. Porém, a atual situação não se pode atribuir exclusivamente ao clima visto que tal situação vem se repetindo todos os anos e é possível reduzi-la.
As UPAs de Curitiba estão sobrecarregadas há anos por dois motivos principais: há poucos médicos/as para realizar os atendimentos e as Unidades Básicas de Saúde não conseguem absorver a demanda de casos menos urgentes, que não seriam caracterizados como de urgência ou emergência.
O número de médicas e médicos nas escalas dos plantões das UPAs está cada vez mais reduzido e atualmente é bem menor de que há dez, doze anos. Além disso, há cada vez menos pediatras nas UPAs, com a maioria dos plantões ficando sem essa especialidade tão importante para atender casos urgentes em crianças. Mas a demanda não diminui, ao contrário, só aumenta.
A Prefeitura argumenta que as UPAs não deveriam receber pacientes com casos leves, que não são urgência ou emergência; mas esses pacientes procuram a UPA, pois não conseguiram atendimento na UBS, ou só podem procurar atendimento nos horários em que a UBS está fechada.
Outro agravante é a constante pressão para que as consultas sejam cada vez mais curtas, o que diminui a resolubilidade dos casos. Isso acontece nas UBSs e nas UPAs com controladores de fluxo que pressionam para que as consultas não sejam “demoradas”, sabendo-se que a necessidade de duração da consulta é decisão do médico e não uma decisão administrativa. Não é preciso ser especialista para concluir…