Posicionamento AMB e FEBRASGO sobre parto domiciliar planejado


Parto Seguro deve ser sempre o maior e o principal objetivo de todas as pessoas envolvidas nos nascimentos que ocorrem diariamente em todo o Mundo. Nascer bem é sem dúvida alguma o maior legado que pais e mães podem (e devem) deixar para seus filhos e filhas! E um conceito básico para nós, Médicos Obstetras é que a Maternidade é o único local seguro para que o nascimento ocorra, pois é lá que temos à disposição a infraestrutura de pessoas e também de equipamentos e insumos que podem ser a diferença entre viver e morrer, entre ter ou não uma adequada qualidade de vida!

Sabemos, entretanto, que a procura por um parto domiciliar planejado tem aumentado em vários países do mundo 1. Os objetivos de se procurar um parto domiciliar, gravitam entre a busca de um local mais prazeroso e familiar para uma ocorrência tão íntima e fisiológica como o nascimento, assim como a suposta fuga de intervenções e medicalizações excessivas, que muitas vezes são citadas e associadas ao parto hospitalar. Entretanto, por mais que se procure selecionar aquelas parturientes de risco habitual, nas quais seria seguro um parto domiciliar, as consequências de um nascimento em local que é intrinsicamente desaparelhado para o atendimento de intercorrências não tão raras, como hemorragia e asfixia, por exemplo, tem desaconselhado esta prática. E o mau resultado que pode ocorrer acaba por transformar um local sagrado, que é a casa de todos nós, em um local de lembranças desagradáveis e perturbadoras.

A literatura e o conhecimento científico cada vez mais apresentam resultados que desencorajem e contraindicam partos domiciliares. Em países, todos de primeiro mundo, como os EUA, Canadá, Holanda e Inglaterra, a taxa de transferência do domicílio para o hospital, de partos domiciliares planejados, pode chegar até a 45% dos casos, com 70% das transferências sendo feitas antes do nascimento ocorrer2. É de se considerar, que todos…



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