A colaboração precisa de um norte. No entanto, como juntar forças se, na saúde, não há um alinhamento de objetivos? Esse desafio foi abordado na fala do consultor Sergio Ricardo Santos, em palestra intitulada “Engajamento e orquestração do cuidado: o caminho para um novo setor de saúde”, no 9º E-Saúde.
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Santos analisa que os diversos agentes envolvidos no mercado participam de uma competição de soma zero: sejam prestadores de serviço, fabricantes de insumos, corretores ou órgãos reguladores, todos agem de acordo com seus próprios interesses. “Ninguém atua para quem deveria: o paciente.”
E as próprias demandas desse paciente estão mudando. Há uma busca crescente por conveniência e empatia, da facilidade de agendamento à conduta do médico na realização da consulta. “Os pacientes se queixam muito de que os médicos não têm empatia na hora do atendimento. E como o médico vai ter empatia se ele não é treinado para isso?”, questiona Santos.
“A gente é treinado para acreditar que a empatia cognitiva, que é essa forma de se preocupar com o outro a partir de demanda técnica, médico assistencial, é suficiente para gerar empatia como desfecho final. E a gente não aprende que a empatia cognitiva isolada é insuficiente para gerar empatia como um todo”, relata.
Para que o paciente fique satisfeito e siga as condutas preconizadas pelo médico, não basta conhecimento técnico. Segundo o consultor, falta a construção de diálogo com o paciente e, especialmente, falta a percepção da empatia afetiva. “Empatia…