Quando falamos de memória, não devemos pensar nesse aspecto isoladamente. É o que ensina a geriatra Claudia Kimie Suemoto – pesquisadora e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e integrante do Conselho Consultivo da Sociedade Internacional do Alzheimer (Alzheimer’s Association).
Ela defende que é preciso ter em mente a cognição de maneira mais ampla. Isso porque a memória está diretamente associada a outras funções cognitivas, tais como linguagem, habilidades visuoespaciais, habilidades de pensar, planejar e executar tarefas, por exemplo.
“A cognição é vital para que as pessoas possam entender e se expressar no mundo. De acordo com o que chega por meio da visão, do olfato, do paladar, a gente integra essas informações, acessa as nossas experiências prévias e planeja uma resposta a essas demandas”, explica a médica.
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É essa combinação de habilidades que permite ao ser humano adquirir, armazenar e evocar informações. E, consequentemente, tomar decisões e ter uma vida autônoma. Quem nunca sofreu com esquecimentos em épocas de agenda cheia ou de excesso de afazeres? Lapsos pontuais em decorrência de momentos de estresse ou intenso cansaço são comuns. A questão essencial a se observar é quando isso começa a prejudicar a realização de atividades do dia a dia.
De acordo com Claudia Suemoto, a perda cognitiva torna-se relevante quando há uma demência em ação. Ou seja, em que é suficientemente grave para atrapalhar a funcionalidade de uma pessoa. “Quando você era capaz de fazer uma atividade de forma independente e autônoma e não consegue mais exercer determinadas…