Lima conta que o interesse pelo tema surgiu ao verificar as “necessidades crescentes dos idosos que enfrentam problemas relacionados ao álcool”. Dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), por exemplo, mostram que uma a cada três pessoas com problemas de saúde associados ao consumo de bebidas alcoólicas tem mais de 55 anos.
Segundo o Cisa, cada dose no Brasil tem 14 gramas de álcool puro, o que equivale a 350 mililitros (ml) de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de bebidas destiladas (vodka, uísque, cachaça, gin ou tequila). Um consumo moderado de álcool equivale a uma dose por dia ou sete por semana para as mulheres e duas doses diárias ou 14 semanais para os homens.
A pesquisa avaliou 564 pessoas, a maioria homens (72%) residentes na área de abrangência das unidades de Saúde da Família do distrito oeste de Ribeirão Preto, selecionadas entre os mais de 3 mil idosos cadastrados.
Para o recrutamento, realizaram, durante visitas domiciliares aos pacientes da rede pública, a análise do padrão de consumo de álcool, através do questionário Audit (Teste de Identificação de Transtornos por Uso de Álcool) – um instrumento de avaliação desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que distingue aqueles que apresentam maior risco à saúde, com pontuação Audit entre cinco e 19.
O consumo de álcool é o sétimo fator mais significativo em termos de risco de doenças em pessoas com idades entre 50 e 69 anos, e ocupa a décima posição na faixa acima de 70 anos, conforme indica o Cisa. Ainda segundo o órgão, a identificação de transtornos relacionados ao uso de álcool nessa população tende a ser subestimada e as informações sobre seu impacto são limitadas. Estimativas apontam que entre 1% e 3% dos idosos sofrem desse transtorno, o que se traduz em uma fonte significativa de problemas de saúde física e mental.
Os selecionados…