A genômica desempenha um papel fundamental na medicina atual, especialmente no campo da oncologia, pois possibilita desde diagnósticos oncológicos mais precisos até o desenvolvimento de tratamentos oncológicos personalizados, a exemplo do trastuzumabe para câncer de mama HER2-positivo. Contudo, o acesso às testagens genéticas ainda é um desafio no Brasil, tanto do ponto de vista financeiro, quanto educacional e cultural.
Na última década, o conhecimento sobre a genômica do câncer avançou acentuadamente, tornando-se crucial para a oncologia por alguns motivos. Dentre eles, destacam-se o diagnóstico preciso, do tipo e subtipo de câncer do paciente; a personalização do tratamento, propiciando que os médicos escolham terapias específicas direcionadas aos genes mutados do paciente e, assim, aumentando a chance de sucesso do tratamento; identificação de marcadores de risco, utilizado na triagem precoce e adoção de medidas preventivas em pacientes de alto risco; monitoramento e progressão do câncer, importante para entender as mutações da doença; identificação de novos alvos terapêuticos, novos alvos moleculares que possibilitam o desenvolvimento de medicamentos direcionados e previsão de resposta ao tratamento, com base na genômica, os médicos conseguem prever como um determinado paciente responderá ao tratamento.
Para Vagner Simões, Presidente da Illumina Brasil, a genômica capacita os médicos a tomarem decisões mais personalizadas e assertivas, melhorando os resultados dos pacientes e abrindo caminho para o desenvolvimento de terapias oncológicas mais eficazes e inovadoras. “A oncologia de precisão tem o potencial de melhorar a da eficiência dos tratamentos, reduzindo os efeitos colaterais e melhorando a qualidade de vida do paciente”, complementa Simões.
No Brasil, a oncologia de precisão encontra alguns entraves. Embora haja um progresso na detecção e tratamento do câncer, o acesso e financiamento são barreiras significativas. É necessário que tenhamos mais estudos de custo-efetividade, comparando pacientes tratados com os protocolos atuais, em comparação com uma estimativa de escala de novos protocolos, visando contribuir para incorporação das novas tecnologias em larga escala1.
Além do fator econômico, há também os entraves educacional e cultural. Ou seja, precisamos alavancar a conscientização sobre a importância das testagens genéticas na jornada do paciente oncológico, não apenas para o paciente, mas também para a classe médica. Tona-se cada vez mais necessária a mudança dos protocolos de tratamento da doença, assim como o investimento em educação médica continuada.
“Hoje, as testagens genéticas são uma realidade apenas nos centros de excelência no tratamento oncológico. No entanto, as pessoas precisam saber que estes testes existem e o potencial que eles têm em mudar o desfecho do tratamento do paciente, aumentando muito a taxa de sucesso”, afirma Simões.
Outro desafio, que implica em questões éticas e legais, é a privacidade dos dados genéticos, que em nosso País estão regulados pela LGPD, e a necessidade de profissionais de saúde capacitados para interpretar as análises genéticas.
*Informações Assessoria de Imprensa
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