O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná é contrário à proposta de que médicos/as e demais profissionais de Saúde possam continuar trabalhando mesmo contaminados pelo coronavírus. Essa possibilidade foi levantada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista na sexta-feira (7 de janeiro). O ministro também aventou a possibilidade de redução da quarentena de pessoas contaminadas com a variante Ômicron do vírus, que estejam assintomáticas, de dez para cinco dias.
Segundo matéria da Agência Brasil, o Governo Federal está analisando a possibilidade de permitir que trabalhadores da Saúde que tiveram diagnóstico positivo, mas não apresentem sintomas, possam fazer parte da linha de frente no atendimento aos pacientes com covid-19. “Se eu não me engano, o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos] já deu essa recomendação [reduzir o isolamento dos pacientes assintomáticos com Ômicron]. O governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então, isso está sendo analisado”, disse Queiroga.
Para o Simepar, a possibilidade é temerária para a Saúde Pública e cruel para os trabalhadores. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e a Prefeitura de Curitiba, que publicaram diretrizes recentemente, seriam no mínimo sete dias de isolamento.
Segundo o presidente do Simepar, Dr. Marlus Volney de Morais, embora o CDC norte americano tenha atribuído cinco dias, o órgão recomenda mais cinco dias de isolamento respiratório. E isso vale para pessoas que ficariam em casa. “Não se pode comparar e aplicar a redução do isolamento de pacientes com o trabalho dos profissionais de Saúde. Os médicos e enfermeiros têm exposição a altas cargas virais nas unidades de Saúde, onde o volume de pessoas contaminadas e transmissoras possibilita reinfecções sucessivas e agrava o quadro daqueles que estão em convalescença”, afirmou Dr. Marlus.
Segundo ele, a atitude mais correta seria disponibilizar teleatendimento maciço para evitar o deslocamento das pessoas e conseguir manter tanto os pacientes como os profissionais abrigados da contaminação desnecessária. “Já alertamos para a necessidade de chamar profissionais já concursados para aumentar a oferta de cuidados. Com o recente e veloz crescimento de contaminações é fundamental que os órgãos públicos disponibilizem recursos para estancar os danos que a pandemia pode ainda causar em todo o sistema e evitar novo colapso. Essa deve ser a atitude de quem aprendeu com os dois anos da pandemia que ainda vivemos”, completou.
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