Cuide de sua pele, independentemente do verão

Mesmo sendo uma das razões para melhor disposição e saúde, o excesso de exposição ao sol pode ser um risco. É importante que sua exposição seja como tudo na vida, equilibrada, na quantidade certa e sem exageros. Ficar sem sol não é saudável e pode trazer alguns problemas de saúde. Da mesma forma, expor-se demais ao sol pode causar lesões na pele e provocar o surgimento do câncer de pele. Em casos mais graves, o câncer de do tipo melanoma – o mais agressivo dos tipos de câncer de pele. Hoje, a Organização Mundial da Saúde declarou que há evidências suficientes para classificar a exposição à radiação ultravioleta (uso de solários e exposição ao sol) como cancerígena para humanos.

 

Há o câncer de pele não melanoma e o melanoma. O melanoma é o de menor incidência quando comparado aos do tipo não melanoma, porém, muito agressivo e de pior prognóstico. Sem contar os fatores genéticos, a radiação ultravioleta do sol contribui para o desenvolvimento do melanoma. Aproximadamente 80% dos melanomas de pele estão associados a essa exposição, principalmente nas pessoas de pele sensível, ou seja, que se queimam com facilidade, pele clara e pele com múltiplas sardas. Indivíduos de pele escura possuem menor risco de apresentar melanoma de pele, porém, acontece especialmente em áreas mais claras, como palma das mãos e até a planta dos pés.

 

Por isso, as diferentes características encontradas no Brasil devido aos imigrantes que aqui se estabeleceram, os maiores índices são vistos nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Homens apresentam 134,3 casos por 100 mil habitantes em Santa Catarina e 158,12 novos casos por 100 mil no Rio Grande do Sul. Já nas mulheres, 122,62 e 119,47 respectivamente. Os menores índices são encontrados no estado do Pará, em que homens apresentam uma incidência de 17,29 por 100 mil e mulheres, 21,08 novos casos por 100 mil habitantes.

 

Esse assunto deve ser abordado anualmente devido à simplicidade da prevenção. Apenas não se expor excessivamente ao sol e, caso seja necessário, de acordo com as atividades profissionais, usar sempre protetor solar com o fator de proteção alto (acima de 30 FPS – fator de proteção solar). A exposição é algo que deve ser levado muito em consideração, obviamente, se essa pessoa além de se expor, também tem histórico na família de casos de câncer de pele, só aumenta a possibilidade do surgimento da doença.

 

Os trabalhadores que necessitam atuar em ambientes expostos à luz solar devem tomar os seguintes cuidados: sempre planejar seu horário de trabalho, dentro do que for possível, para evitar o horário entre as 10h da manhã e as 16h da tarde. Caso o trabalhador precise atuar nesse período (como os trabalhadores de praia), que use vestes de manga longa, e em todas as partes expostas. Sem vestimentas, passar protetor solar com FPS acima de 30, repetindo o uso de acordo com o fabricante (a cada uma hora, em média). Sempre usar chapéu ou viseiras que protejam o rosto sombreando-o.

 

Os cidadãos que desejam apenas curtir esse período devem tomar os mesmos cuidados, com maior atenção às jovens. Mulheres, adolescentes e jovens adultas apresentam maior incidência em relação aos homens, justamente devido ao comportamento de maior exposição para exibir um corpo bronzeado e com as marcas de biquínis que fazem parte da cultura brasileira. Portanto, é de extrema importância informar que o protetor solar não deve ser usado como artifício para se expor por mais tempo.

 

Qualquer lesão observada na pele deve ser motivo para visitar o dermatologista. Porém, o mais importante é comportar-se a ponto de não observar lesões na pele por conta da exposição solar. O verão está chegando, mas nós sabemos como devemos nos proteger desse sol tão desejado.

(Foto: Divulgação)

 

*Benisio Ferreira da Silva Filho é Biomédico, mestre em Ciências da Saúde, doutor em Ciências com ênfase em Biotecnologia e também doutor em Biologia Celular e Molecular. Coordenador de cursos da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades, do Centro Universitário Internacional Uninter.  

Leia outros artigos publicados no Saúde Debate

Conheça também os colunistas do Saúde Debate

<

p class=”ql-align-justify”>