A pandemia de Covid-19 escancarou um cenário que já precisava ser observado de maneira diferente: o bem-estar de profissionais da saúde. A crise sanitária mostrou como esses profissionais também precisam de cuidados e de políticas para resiliência, com o objetivo de dar suporte a esses trabalhadores – em especial os chamados de linha de frente – para continuar atuando em áreas essenciais.
Em uma iniciativa conjunta do Synergos Brasil, FGVsaúde e Johnson & Johnson, houve a discussão sobre a resiliência e bem-estar de profissionais de saúde, gerando um relatório sobre o assunto. Neste documento, inclusive, há recomendações para políticas nesta área.
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“Estas informações são importantes para o fortalecimento do sistema de saúde, por meio da consolidação desses profissionais para trabalhar em áreas essenciais. Quem trabalha na linha de frente enfrenta uma vulnerabilidade muito grande, por ser imprevisível e por exigir competências relacionais que não são obrigatórias para outros profissionais. Estamos falando de pessoas que enfrentam crises todos os dias, e isso foi potencializado pela pandemia de Covid-19. A crise exacerbou a vulnerabilidade da linha de frente”, considerou Gabriela Lotta, professora e pesquisadora de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) durante apresentação dos dados nesta segunda-feira (22 de maio).
A iniciativa teve a participação de 22 entidades do setor da saúde, resultando na elaboração do Relatório Final: Diálogos sobre Políticas para Resiliência e Bem-estar dos Profissionais de Saúde. Foram descritas recomendações nas áreas de políticas, práticas, fluxo de recursos, relações e conexões, dinâmicas de poder e modelos mentais.
Entre as recomendações para ações sistêmicas estão o desenvolvimento de políticas organizacionais de gestão de pessoas, voltadas especialmente aos trabalhadores de saúde da linha de frente; incluir nas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho as peculiaridades dos profissionais de saúde na linha de frente; e definir procedimentos em situações de crise, entre outras.
O relatório ainda traz a recomendação para mecanismos de avaliação e monitoramento da qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde, considerando questões como saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores, de forma que os dados gerados possam ser usados como base para tomada de decisões para a promoção de melhorias nas condições de trabalho; incluir nas avaliações dos serviços de saúde, inclusive em processos de certificação e acreditação, métricas envolvendo saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores da saúde, principalmente dos da linha de frente; oferecer suporte emocional e psicológico especializado para trabalhadores e suas família, entre outras medidas.
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