O diretor de gestão em saúde da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), Vinicius Filipak, apresentou – durante o 15º Seminário Femipa, nesta quarta-feira (29) – o plano estadual da saúde. De acordo com ele, o setor vive um momento extremamente desafiador e, depois de superadas as dificuldades durante a pandemia, é necessário avançar para uma nova etapa. A fase está diretamente atrelada à atenção primária, com atendimentos e procedimentos eletivos, evitando um maior acesso à urgência e à emergência.
“Temos um desafio de fazer gestão e organizar a rede para atender onde o cidadão está. Agora, os desafio são doenças prevalentes que têm evolução – e está evolução não termina diante de qualquer dificuldade gerencial e assistencial. Precisamos interromper o processo de evolução das doenças”, comentou.
Filipak lembrou que existem enfermidades que necessitam de intervenção cirúrgica, mas que não é viável apenas tratar esses casos em nível de urgência e emergência. “Isso impacta em eficácia no tratamento, menos tempo de internação, menos custo, melhor resultado terapêutico e mais rápido retorno do cidadão às suas atividades. Não podemos deixar de tratar o eletivo e focar apenas na urgência. Com o tempo oportuno, abortamos o ciclo evolutivo e fazemos um tratamento eficiente para o cidadão”, complementou.
Segundo o diretor de gestão em saúde da Sesa, o plano estadual da saúde contempla estratégias para diminuir o atraso terapêutico ao tratamento continuado, com foco apenas em intervenção cirúrgica oportuna e indicada corretamente. “Demos um grande passo com o programa de cirurgias eletivas, chamado de Opera Paraná. A secretaria elegeu essa área de assistência como prioritária para os próximos anos, inclusive para organizar a fila existente, estimada em 400 mil pessoas. A primeira etapa do programa contemplava R$ 150 milhões, mas, até janeiro deste ano, foi aplicada apenas parte desse montante. Temos que remodelar a estratégia do Opera Paraná”, citou.
Para Filipak, um dos motivos para isso é a própria situação dos hospitais. “Apesar do financiamento e incentivo, a ampliação não foi possível porque os hospitais estão sem o fôlego. O atendimento eletivo geral apresentou redução na comparação com 2019. A estratégia é para, pelo menos, equilibrar o que sempre fizemos, dando condições financeiras aos hospitais para realizarem o que se fazia antes e ainda avançar”, considerou.
Conforme previsto no plano estadual da saúde, a fase 2 do programa Opera Paraná terá um incremento de até R$ 400 milhões ao ano, focando na recuperação da capacidade produtiva hospitalar e ampliação de procedimentos.
Além disso, o plano estadual de saúde contempla aumento substancial de valores de repasse do programa HOSPSUS ainda no primeiro semestre de 2023, além da revisão da sua estrutura; novo modelo de atenção para hospitais de pequeno porte; e criação de nova diretoria na Sesa exclusiva para planejamento, regionalização e projetos estratégicos.
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