Efeitos colaterais do uso da semaglutida sem prescrição

efeitos colaterais do uso da semaglutida
(Foto: Anastasia Kazakova / Freepik)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o uso da medicação Semaglutida para controle do peso em pacientes adultos obesos e com sobrepeso, na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como pré-diabetes ou diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono ou doença cardiovascular. Mas é necessário destacar os efeitos colaterais do uso da semaglutida, ainda mais sem prescrição médica.

O nome comercial do remédio é Wegovy e tem o mesmo princípio ativo do Ozempic, que é indicado, em conjunto com dieta e exercícios, para tratar pacientes com diabetes tipo 2.

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Especialistas apontam que existem efeitos colaterais do uso da semaglutida sem prescrição médica com objetivos estéticos para a perda de peso, em curto prazo para pessoas saudáveis. Isso pode levar, inclusive, ao desenvolvimento de transtornos alimentares. Entre os efeitos adversos do uso desse tipo de remédio estão náusea, vômito e diarreia, entre outros problemas gastrointestinais.

O médico nutrólogo e do esporte e cofundador da healthtech Liti, Eduardo Rauen, explica ainda que alguns estudos apontam que 50% de todas as medicações compradas no Brasil são utilizadas de forma irregular, ou seja, diferente do que é recomendado pelo fabricante. “Simplesmente pelo fato das pessoas terem acesso sem receita, prescrição ou orientação profissional, o que aumenta o uso inadequado em pacientes com contraindicações. No Brasil existem muitas farmácias, aquele atendimento de balcão, em que é possível comprar remédios sem receitas, não só do princípio ativo Semaglutida, mas de todas as outras classes”, diz.

O médico que acompanha o paciente com sobrepeso ou obesidade (que conhece sua história, rotina e hábitos) é o profissional indicado para orientar de forma segura a utilização do medicamento, minimizando os efeitos colaterais do uso da semaglutida. “O medicamento é recomendado para o paciente que mudou o estilo de vida, que se alimenta de forma adequada e pratica atividade física, mas não perde peso. Nesse caso, é preciso avaliar a prescrição do remédio que atua em diferentes áreas do organismo, tanto no sistema nervoso central para inibir a fome e a sensação de saciedade quanto na velocidade do esvaziamento gástrico”, afirma o médico nutrólogo e do esporte.

A obesidade é uma doença complexa que requer tratamento, de acordo com ele. “É imprescindível que o paciente reorganize seus hábitos alimentares diários e use, conforme orientação médica quando necessário, algum remédio para ajudá-lo nesse processo. Caso o tratamento medicamentoso e a mudança do estilo de vida não surtam efeito pode ser indicado a cirurgia bariátrica, mas o médico avaliará cada paciente e indicará a melhor técnica”, pontua Rauen.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade atingiu proporções epidêmicas em todo o mundo, cerca de 3 milhões de pessoas morrem por ano com sobrepeso ou obesidade. “Antes associada a países de alta renda, ela também é prevalente em países de baixa e média rendas”, complementa a OMS.

* Informações assessoria de imprensa

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