Por Rodrigo Rocha, profissional com certificação CFP®
O mercado financeiro é algo muito complexo para a maioria das pessoas. São diversos termos técnicos, regras e cálculos que acabam dificultando a compreensão daqueles que não estão envolvidos diretamente com este tipo de negócio.
Uma das dúvidas mais frequentes do investidor é “quanto meus investimentos vão render?”. Responder esta pergunta não é tão simples, pois na maioria das vezes a rentabilidade está atrelada a vários fatores impossíveis de serem previstos com precisão.
Para facilitar o entendimento sobre isso, é importante saber de onde vem o rendimento sobre os investimentos.
Basicamente, podemos dizer que só existem três formas de se ganhar dinheiro no mercado financeiro: emprestando dinheiro a troco de juros, recebendo lucros como sócios de alguma empresa ou comprando ativos para revender por um preço maior.
O mais comum é o empréstimo de dinheiro, e a maioria das pessoas nem faz ideia de que está fazendo esse tipo de operação. Quando você compra um título público federal, você está emprestando dinheiro para o governo, que promete devolver o capital acrescido de juros após um período pré-determinado. Esses juros podem ser fixos como, por exemplo 8% a.a., ou variáveis de acordo com algum índice, como um percentual da taxa SELIC ou a variação do índice IPCA, ou ainda mistos, como IPCA + 3% a.a., por exemplo.
Aplicar recursos na caderneta de poupança, no CDB de bancos ou no RDC de cooperativas representa o mesmo formato de empréstimo feito com títulos públicos federais. A diferença é que o devedor que pagará o capital e os juros é a instituição financeira em que você aplicou o dinheiro. LCI, LCA, LF e demais produtos de renda fixa no mercado seguem a mesma lógica. Há a possibilidade de efetuar esta aplicação ou empréstimo diretamente a uma empresa que atue no mercado de capitais, através da compra de debêntures.
Já a opção de investir em uma empresa que distribua lucros pode ser realizada através da bolsa de valores ou por fundos onde é possível comprar ações preferenciais de empresas com histórico de bons resultados e com política de distribuição de lucros (pagamento de dividendos). O investidor se torna sócio da empresa e poderá receber dividendos e juros sobre capital próprio em períodos trimestrais, semestrais ou anuais, conforme a política da empresa. É importante ter em mente que este recebimento está condicionado ao bom desempenho da empresa e que isso pode variar por diversos motivos.
Os fundos imobiliários seguem a mesma lógica: o investidor compra cotas que representam um “pedaço” dos imóveis do fundo e recebe o lucro deste (proveniente do recebimento de aluguéis). O valor a receber depende de os imóveis estarem todos alugados e com inquilinos adimplentes (pagando o aluguel em dia). Nestas opções, o investidor recebe rendimentos, mas não tem como simplesmente resgatar o valor total investido. Para reaver o investimento é necessário colocar as ações ou cotas à venda via bolsa de valores para que algum outro investidor aceite comprá-las pelo valor de mercado do dia, que pode ser maior ou menor do que o pago na compra.
Por fim, a outra forma de obter rendimentos é efetuando a compra de algum ativo (ações, moeda estrangeira, commodities, entre outros) que esteja com um preço baixo para revendê-lo a outro investidor em um período futuro por um valor maior do que o pago. Esta opção requer uma excelente análise de mercado para identificar os melhores ativos e momento de comprar e vender. Além disso, é importante analisar os vários fatores externos não controláveis que podem interferir no valor dos ativos, como vimos recentemente com guerras, epidemias, tragédias naturais, instabilidades políticas, entre outros.
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* Semanalmente, a Uniprime – cooperativa de crédito fundada por médicos e criada com o propósito de melhorar a vida financeira das pessoas – compartilha com os leitores uma coluna sobre educação financeira para ajudar na saúde de todos. A Uniprime é uma das instituições parceiras do Saúde Debate
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